Comissão de turismo quer a reativação dos trens
O presidente da Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Dr. Sadinoel (PMB), afirmou que pretende visitar as cidades da Região Serrana para discutir com instituições e representantes de prefeituras e do estado a reativação de ferrovias. O anúncio foi feito durante audiência pública realizada em parceria com o Fórum Permanente de Desenvolvimento do Estado, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj).
"Queremos mapear o estado do Rio e verificar os locais que têm potencial para receber ferrovias de caráter turístico, e pretendemos começar pela Região Serrana", afirmou o parlamentar. Uma das propostas é a de buscar investimento, principalmente privado, para a reativação da linha que liga o Alto da Serra, em Petrópolis, até a estação de Barão de Mauá, no Centro Rio, desativada desde 1965. O economista Antonio Pastori já havia apresentado um projeto, no valor de R$ 200 milhões, para a restauração do trecho, mas a medida não foi implementada.
De acordo com a coordenadora do Museu Imperial de Petrópolis, Isabela Verleun, o retorno do trem traria muitos benefícios para a região, que vão além turismo. "O morador de Petrópolis gasta em média 3 horas de carro ou ônibus para vir à cidade do Rio, com o Trem esse percurso seria realizado em no máximo 1h30. O morador da cidade serrana seria beneficiado e também a população de todo o estado, já que um monumento tão rico estaria de volta aos trilhos", reforçou.
Reaproveitamento
Para viabilizar as obras, o presidente da Associação Ferroviária de Trilhos do Rio, Mozart Rosa, sugeriu que seja reutilizado material para as obras de recuperação das linhas. "Por quilômetro, o gasto para restaurar o trecho – com material de segunda mão – seria de R$ 2 milhões", estimou. "A ferrovia é fonte geradora de negócios", completou.
Malha turística
O engenheiro ferroviário, Hélio Suevo, explicou que no estado do Rio existem 300 quilômetros de ferrovias que estão subutilizados e podem ser reativados. Segundo ele, existem hoje 410km de malha ferroviária para cargas e 315 km para transporte de passageiros. "Em momentos de crise temos que tornar o nosso estado mais atrativo e uma das maneiras é investindo no turismo. Por que não investir na ferrovia, que é tão pouco explorada?", questionou.
Hélio lembrou que no Brasil existem 29 trechos ferroviários turísticos, desses, 24 estão operando, dois estão paralisados e três sendo implantados. "Dos que estão em funcionamento, apenas três ficam no estado do Rio. O corcovado, na capital, o Grussaí, em São João da Barra, e a Estrada do Alto, em Guaratiba", informou Suevo.
Também estiveram presentes na reunião os deputados Comte Bittencourt (PPS) e Ana Paula Rechuan (PMDB).