Comitê Piabanha apoia criação do Parque Natural do Carangola e Caetitu; projeto foi aprovado pela Câmara
Na última semana, a Câmara Municipal aprovou a criação do Parque Natural do Carangola e Caetitu. O projeto de lei que visa a criação do parque é no local em que a Prefeitura tinha a intenção de construir moradias populares, mas foi contrariada após a realização de alguns estudos. O Comitê Piabanha criou um abaixo-assinado para apoiar a implantação do parque natural na área.
De acordo com o Comitê, em estudo apresentado ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro no último ano, existem nove nascentes na localidade, além de um lago, tornando a área possível para construções muito pequena. Por isso, foi iniciada a luta pela implantação da unidade de conservação.
Anteriormente, no terreno, a propriedade era administrada pelas Irmãs de São José e existia apenas uma construção de um pavimento. Segundo moradores, outra construção realizada no local ruiu por conta da instabilidade do terreno.
“A bacia do rio Caititu que ajuda a absorver as águas das nascentes e das chuvas, evitando o aumento do volume despejado pelo Rio Caititu no Rio Piabanha. Esta construção, caso ocorra, será mais um agravante ao problema das enchentes na Estrada União e Indústria, em Corrêas”, afirma o Comitê Piabanha.
Naila Pinheiro, moradora do bairro, fala sobre a questão da construção de moradias populares e sobre a possível criação do parque natural.
“Nós defendemos que as nascentes precisam ser preservadas e as casas precisam ser construídas, mas já temos exemplos de tragédia em nossa cidade. Elas poderiam ser evitadas se fossem respeitados os locais para construção de moradias. Aqui no Caetitu, temos um terreno com 50.000 m², nove nascentes, um rio e dois lagos. O terreno já foi avaliado e estudado por vários órgãos competentes. Inclusive, o Governo do Estado recebeu o terreno de presente da Prefeitura, mas devolveu argumentando que não poderia construir no local. É importante termos a ciência de que moradias populares devem ser construídas, mas em lugares que possuem infraestrutura, segurança e respeito ao ser humano. Não adianta o poder público querer construir em um lugar que pode causar um desastre. Já estamos vendo o que está acontecendo no Vicenzo Rivetti, que também foi construído em um brejo, sendo que o brejo do Sítio São José do Caetitu é muito mais aquoso. Mesmo que a loucura de construir casas aqui fosse feita, não vai parar de chover, as nascentes não vão parar de gerar água e, em pouco tempo, acontecerá o mesmo que está ocorrendo no Vicenzo Rivetti: rachaduras, problemas de esgoto… Existem outras possibilidades com mais segurança e infraestrutura”.
Aprovado pela Câmara Municipal no dia 11 de julho, o projeto seguiu para a análise do Executivo.