Comitê revela aumento de 22% e Jogos Olímpicos de Tóquio vão custar R$ 79 bilhões

21/12/2020 15:43

O Comitê Organizador divulgou o seu novo orçamento nesta terça-feira e revelou que o custo oficial dos Jogos Olímpicos de Tóquio aumentou 22%. Agora, a previsão é de que a Olimpíada custará US$ 15,4 bilhões (R$ 79 bilhões). O adiamento do megaevento para 2021 vai custar US$ 2,8 bilhões (R$ 14,4 bilhões).

As despesas em relação a esse aumento vêm da renegociação de contratos e medidas de combate à pandemia de covid-19. A Olimpíada está marcada para começar no dia 23 de julho, e a Paraolimpíada, em 24 de agosto.

As auditorias do governo japonês nos últimos anos, no entanto, mostram que os custos são maiores do que o declarado oficialmente e são de pelo menos US$ 25 bilhões (R$ 128 bilhões)

Os organizadores haviam dito que os Jogos Olímpicos custariam cerca de US$ 7,5 bilhões (R$ 38 bilhões) quando Tóquio foi confirmada como sede. Um estudo da Universidade de Oxford este ano disse que esta Olimpíada será a mais cara da história.

“A Olimpíada de Tóquio está operando em um ambiente muito difícil”, disse Toshiro Muto, CEO do Comitê Organizador, quando questionado sobre a ampliação dos custos. Muto sugeriu que os jogos deveriam ser vistos como um investimento.

As entidades governamentais japonesas são responsáveis por todos os custos, exceto US$ 6,7 bilhões (R$ 34 bilhões) proveniente de um orçamento operacional com financiamento privado.

“O Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Organizador de Tóquio querem que o orçamento público seja o menor possível, não apenas para se proteger de críticas públicas, mas também para não desencorajar futuras cidades candidatas a sediar o megaevento”, escreveu Franz Waldenberger, diretor do Instituto Alemão de Estudos Japoneses em Tóquio, em um artigo recente em que examinou detalhadamente os custos olímpicos.

Waldenberger observou que o governo da cidade de Tóquio e governo central japonês usam a Olimpíada como “uma janela de oportunidade para obter financiamento adicional”.

Os organizadores anunciaram em outubro reduções de custos de US$ 280 milhões (R$ 1,4 bilhão), cortando despesas que julgaram desnecessárias, incluindo ofertas de hospitalidade. No entanto, nenhum corte foi feito no programa de esportes com um complemento total de 11.000 atletas e dezenas de milhares de funcionários, juízes e patrocinadores que devem comparecer.

Muto reconheceu que o custo aumentou para a abertura e fechamento das cerimônias dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A agência de notícias japonesa Kyodo, citando fontes próximas ao comitê, informou que esse aumento é de cerca de US$ 33 milhões (R$ 169 milhões).

As decisões sobre a presença de torcedores nas arenas e medidas preventivas em relação à pandemia do coronavírus devem ser divulgadas meses antes do começo dos Jogos. O número reduzido de fãs afetará as vendas de ingressos, principal fonte de renda.

O Japão controlou a covid-19 melhor do que a maioria dos países, com 3.000 mortes atribuídas ao vírus. No entanto, o país registrou aumento de novos casos há um mês, expandindo o ceticismo público em relação à Olimpíada.

Em uma pesquisa telefônica com 1.200 pessoas publicada este mês pela emissora japonesa NHK, 63% disseram que os Jogos de Tóquio deveriam ser adiados novamente ou cancelados,

e 27% consideraram que o evento deveria ser mantido na data remarcada. A pesquisa foi realizada entre 11 a 13 de dezembro.

Os organizadores locais estão tentando recuperar alguns dos custos crescentes em busca de

mais receita de patrocinadores locais. Cerca de 70 patrocinadores já contribuíram com um recorde de US$ 3,3 bilhões (R$ 16 bilhões), valor impulsionado pela Dentsu Inc., agência de publicidade mais rentável do Japão.

O jornal Nikkei noticiou na semana passada que “15 patrocinadores locais de primeira linha irão adicionar uma estimativa US$ 150 milhões (R$ 771 milhões) em suas contribuições. A Japan Airlines e a Tobu Skytower estariam nessa lista.

“Gostaríamos de aumentar a receita mais do que o esperado, embora seja desafiador”, ressaltou Gakuji Ito, o diretor financeiro do Comitê Organizador. Ele disse que a cobertura de seguro pode pagar até US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) para ajudar a cobrir custos ampliados.

Segundo Ito, todas as despesas que o Comitê Organizador não puder cobrir serão de responsabilidade do governo de Tóquio. O orçamento mostra que o COI está contribuindo com US$ 1,3 bilhão (R$ 6,7 bilhões) e que esse valor, assegurou a entidade, não vai aumentar.

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