Comoção: vencedora de rifa devolve carro após conhecer história por trás do prêmio

06/02/2018 17:10

O caso de uma mulher que devolveu o prêmio de uma rifa beneficente para a família de uma criança com problemas de visão está causando grande comoção na cidade. O exemplo de generosidade aconteceu na Posse, no mês passado, mas só veio à tona depois da publicação da história nas redes sociais da família, já que a doadora não fez questão de divulgar sua boa ação.

Tudo começou em meados de novembro, quando Maria Isabel Soares, que tem um salão de beleza na comunidade Nossa Senhora de Fátima, no quinto distrito, comprou vários cupons de uma rifa feita pelos pais do pequeno Akonn Hyohann Verdugo, de apenas três anos. A criança, que mora com a família em São José do Vale do Rio Preto, sofre de leucocória, catarata congênita total e persistência viral primária hiperplásica – três doenças degenerativas que afetam um dos principais sentidos do corpo humano: a visão. Para fazer a cirurgia de correção no olho esquerdo, afetado pelas enfermidades, era preciso desembolsar mais de R$ 20 mil – quantia da qual os pais não disponibilizavam no momento da notícia. “Levamos ele ao Rio para fazer exames, e lá ele foi diagnosticado com essas doenças, depois de indicação de um médico daqui da região. Para resolver parte desse problema a cirurgia era muito cara. E nós não tínhamos dinheiro para pagar”, explicou Jéssica Verdugo. 

Sem alternativas, o vendedor José Antônio Gonçalves Neto, pai do pequeno Akonn, decidiu rifar o seu carro de trabalho para pagar a cirurgia do filho. “O meu marido decidiu fazer uma rifa, tudo certinho, pela loteria federal, para poder levantar o máximo de dinheiro que conseguíssemos para pagar a cirurgia. Isso aconteceu no final do ano passado”, contou sua esposa. 

Nem todos os bilhetes foram vendidos, mas o valor arrecadado pela rifa, somado ao que foi recolhido num almoço de igreja no bairro de Contendas, em São José, foi o suficiente para que a cirurgia fosse feita. 

A surpresa

Aliviados pelo sucesso da operação e preocupados com o futuro da família sem o carro, os pais de Akonn tiveram uma grande surpresa na hora de entregar o prêmio. Maria Isabel, a dona do salão, que foi premiada, se recusou a ficar com o veículo, sabendo das necessidades da família, e se dispôs a doar o carro para a criança. “Ligamos pra ela no dia do sorteio mas não conseguimos falar. Aí entramos em contato novamente e depois conseguimos. Foi quando ela falou que não queria o carro porque a gente precisava”, contou Jéssica. 

Emocionados, os pais de Akonn não acreditaram no que estavam vivendo. “Ficamos sem palavras. Não acreditamos. Temos que agradecer muito a Deus e à Isabel pelo que aconteceu ali, e pelo que ela fez por nós”, completou a mãe do menino.

Procurada por nossa equipe, Isabel disse que não fez mais do que o seu dever. “Me senti como se fosse um dever cumprido. Eles precisavam do carro para sustentar a família e acabaram ficando numa situação difícil para conseguir o dinheiro da operação. O único jeito era esse. Fiquei muito aliviada de ter ganhado e poder doar a ele novamente”, contou. 

Final feliz

O desfecho da história foi pra lá de emocionante. Akonn, que ainda inspira cuidados com a visão já que também tem uma pequena mancha de catarata congênita no olho direito, voltou a enxergar. E o carro, a Fiat modelo Uno, ano 2006, continua com a família, depois que Maria Isabel registrou em cartório um documento doando o carro ao pequeno Akonn, sob responsabilidade dos pais. 

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