Comportamento dos donos pode influenciar na domesticação dos pitbulls

05/11/2019 16:04

De porte grande e corpulenta a primeira vista Kyara pode até colocar medo, mas, de perto, nem parece ser uma pitbull adulta. Com 3 anos, e já dado a primeira cria, a cadela é brincalhona e dócil com as visitas. Quando a equipe da Tribuna chegou na casa da sua tutora, Luciane Ricci, a cadela fez o reconhecimento e foi logo apresentar o filhote Bruce, de 4 meses. Os dois são cães da linhagem black nose (narinas pretas), e foram adestrados para viver em casa com a família, os chamados linha pet dos pitbulls. 

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Luciane adotou Kyara quando ainda era filhote, sempre gostou de raças de porte grande, como o doberman e o rottweiler. “O pitbull sempre foi um sonho, é uma raça apaixonante, a kyara é extremamente dócil”, contou. A raça é considerada por muitos como feroz e perigosa, mas para Luciane o comportamento do animal é todo influenciado pelo tratamento e o adestramento que ela trabalha com eles. 

“Não pode privar o animal da socialização. Levo ela para passear na rua, e do quintal de casa ela vê pessoas e outros animais. É um cachorro que tem que ter maior cuidado, e como qualquer cachorro de outra raça pode morder”, disse.

O adestrador Helienay Pereira, que é especializado na raça pitbulls, explica que  o temor em relação ao comportamento destes animais é muitas vezes pela falta de informação. Segundo o adestrador, a linha de pitbulls mais comuns hoje é uma linha pet. Diferente da linha tradicional, que não sofreu alterações no cruzamento. “Maior parte dos ataques registrados são de cães mestiços”, disse. O comportamento agressivo ou não do animal é gerado por três fatores: a raça, o indivíduo e a criação. 

“Muita gente quer ter um pitbull mas não procura saber a procedência do animal. Levam um cão para dentro de casa que não sabem de onde vem, a linha de sangue, a avaliação paterna. O pitbull é um cão que demanda comprometimento do tutor”, tanto para o adestramento quanto para o cuidado diário, como explica Helienay. 

Como todo cão, os pitbulls também tem características individuais. Alguns mais dóceis, mais rabugentos e também agressivos. “Com meus cães trabalho a socialização como uma necessidade. No adestramento ensino a convivência com os outros cães para as necessidades básicas, como se alimentar e dormir no mesmo ambiente”, explica o adestrador. Ele possui um canil com três pitbulls adultos. São animais treinados para competição, perfil diferente dos cães da Luciane. 

“O que faz diferença no comportamento do cão é o tratamento que o tutor dá a ele”, especialmente com o pitbull. O adestrador dá a dica de sempre procurar conhecer a linhagem dos pais do animal que deseja adotar, conhecer como foram criados, se a linhagem é mestiça ou pura. E principalmente, para quem quer adotar a raça, precisa ter a disponibilidade de tempo e recursos para cuidar do animal atendendo as suas necessidades como a alimentação adequada, o gasto de energia diário, e o adestramento.

 

 

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