Concer deve à construtora R$360 mil

Trabalhadores que estavam atuando nas obras de construção da nova subida da serra, interditaram hoje, por volta das 14h, a pista de subida da rodovia BR-040, na altura do Km 89. Eles questionam o atraso do pagamento nos últimos dois meses. A manifestação contou com cerca de 8 funcionários e durou, aproximadamente, 50 minutos, gerando dois quilômetros de retenção. A pista foi liberada antes das 15h, com a chegada da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os trabalhadores, que participaram da interdição, são empregados da empresa Mariana Engenharia LTDA, do Espírito Santo, subcontratada pela Concer. De acordo com o representante da construtora, Frederico Salgado, a concessionária que administra a rodovia, deve à empresa R$ 360 mil. 

A Mariana Engenharia está atuando na obra desde janeiro, com pedreiros, carpinteiros e armadores, prestando serviços de reformas de viadutos nos Kms 89 e 91. Frederico afirmou também que a concessionária desmobilizou a obra, sem informar previamente à empresa. Ontem ele foi direcionado para o Km 89 a fim de tentar um acordo com a Concer, o que não aconteceu.

Nazaré Batista, de 37 anos, é empregado da construtora e trabalha na função de armador. Há pouco mais de um mês na empresa, ainda não recebeu o salário. Ele tem 10 filhos, com idades entre 2 e 17 anos e ressaltou que precisa do dinheiro. “Trabalhamos de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, todos os dias, sem faltar. Nós temos que receber por isso!”, disse ele, que não concordou em liberar a pista com a chegada da PRF, mas aceitou a opinião da maioria, que preferiu terminar a manifestação 50 minutos depois de o início, com a condição de que se o pagamento não for realizado até hoje, haverá uma nova interdição do trecho. 

O Sindicato da Construção Civil foi informado sobre a manifestação e o diretor José Aílton se dirigiu para o local. Ele destacou que o Consórcio Nova Subida da Serra informou que vai demitir todos os trabalhadores, que atuam na obra, até o próximo dia 29, paralisando de vez a construção da nova estrada. Apenas os trabalhadores das empresas subcontratadas, como a Mariana Engenharia, devem continuar atuando. “Aproximadamente 191 funcionários foram dispensados e os demais devem ser demitidos até o fim desse mês. O sindicato segue fazendo as homologações e preparando uma ação coletiva para que eles recebam as rescisões”, afirmou. 

Segundo José Aílton, a concessionária alega que não tem verba para continuar as obras, uma vez que não houve novo repasse do Governo Federal. Até o momento o Ministério dos Transportes, repassou R$ 237,4 milhões em 2014 e 2015. Questionado, o órgão disse que ainda não há previsão definida para outro repasse. A Concer foi questionada sobre o atraso do pagamento à empresa Mariana, mas não se pronunciou até o fechamento dessa edição.