Conectividade na Idade da Pedra

10/04/2017 12:00

A esmagadora maioria dos políticos, quando em campanha, faz invariavelmente o discurso da modernidade, da transformação, da melhoria da qualidade de vida, da mudança; mas para a infelicidade geral, quando eleitos, a mesmice é a tônica. Petrópolis busca há muito tempo uma conectividade de internet que seja no mínimo aceitável e que não seja um entrave a mais (dentre os vários que já existem) no desenvolvimento do Município.

Uma rede de wi-fi aberta em todo o Município não é uma coisa difícil de ser levada a efeito e tampouco é cara. Se somos considerados referência, quando o assunto é TI ( Tecnologia da Informação) e temos o LNCC, o IST, o CPTI e quase uma centena de empresas de Informática, por incrível que possa parecer, ainda estamos no século passado quando o assunto é conectividade. 

O que temos hoje é um serviço instável, inconstante, instável, inconfiável. A modernidade tão almejada, fica apenas nos discursos e nas promessas de campanha.

Há cerca de um ano atrás, tive a oportunidade que questionar um dirigente do LNCC sobre a possibilidade de termos wi-fi em toda a Cidade e se nossa topografia não iria impedir tal ferramenta? Como resposta, obtive a informação de que "bastaria colocar-se uma antena em cima de cada morro e elas se comunicariam entre si"… (confesso ser uma resposta bastante simplista, mas foi a que escutei).  Insisti em seguir adiante e perguntei se isto sairia muito caro. A resposta foi "uns 3 milhões de reais"; tal solução me animou muito e levei esta informação a nossos políticos, dando também publicidade a ela. De nada resultou.

Fui sabedor que algumas empresas querem se instalar aqui e vender seus serviços de conexão por fibra ótica e buscam parcerias com a Prefeitura para tanto. Uma solução moderna de ponta, excelente para atender empresas, porém cara aos usuários residenciais, às escolas, bibliotecas e outros; a alternativa seria wi-fi aberto por rádio a todo o Município. Sei que wi-fiaberto a toda a população contraria interesses corporativos, mas a grande pergunta que se impõe é: o interesse e o bem estar da maioria não se encontra em um grau de superioridade contra uma minoria? Acredito que nossos políticos não pensem assim, senão providências neste sentido já teriam sido tomadas. 

Na modernidade não se busca minimizar problemas, mas sim buscar alternativas para solucioná-los. Há poucos dias atrás foi realizada a Conferência da Cidade e nela se debateu como tornar Petrópolis uma Cidade inteligente. Digo, o primeiro passo para que isto um dia venha a acontecer (e para que se saia dos debates improdutivos e de audiências públicas que em nada resultarão), é a implantação de uma rede de wi-fi grátis a todos e a quem interessar, uma conectividade mais rápida que recorra à contratação de empresas que forneçam uma velocidade maior com mais opções por fibra ótica.

O discurso da modernidade, da transformação, da mudança tem tudo para se tornar realidade, mas para tanto, primeiro, se necessita de vontade política pela qual todos aguardarmos com ansiedade.

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