Conheça o Run Flat, o pneu que pode rodar mesmo furado

04/09/2019 17:25

Andar de carro nos dias atuais, além de uma necessidade para muitos brasileiros, é uma experiência tecnológica. Computador de bordo, integração com o celular e até estacionamento automático já são realidade nas ruas do Brasil. E é claro que as inovações não iriam parar por aí. Hoje dá até para se andar com o pneu furado! Claro que por uma quilometragem determinada, mas esse é o grande diferencial dos pneus “run flat”. A tecnologia desse novo tipo de pneu permite ao motorista continuar rodando com o veículo em caso de perda total da pressão interna do ar.  

Os pneus run flat, de “run flat tire”, ou “pneus que podem rodar vazios”, em uma tradução direta do inglês, surgiram na década de 1930, época em que as câmaras estouravam com mais facilidade trazendo prejuízo aos viajantes. Normalmente, este pneu aguenta circular com toda a segurança mais 80 km após o furo, com uma velocidade limitada de 80km/h, mesmo perdendo a pressão. Aliás é preciso respeitar estes limites que as fabricantes informam senão você corre o risco de ter prejuízos maiores, além de colocar sua segurança em risco. Cada empresa inventou um nome para esse tipo de pneu, mas a forma como funcionam é similar. A Pirelli chama de run flat mesmo, a Bridgestone chama de RFT, e a Michelin chama de PAX. 

Entendendo melhor como funciona a nova tecnologia, em um modelo convencional por exemplo, o ar comprimido no interior do pneu é responsável por sustentar o peso do automóvel. Quando ele fura, o ar escapa e as laterais se dobram até os aros da roda tocarem na banda de rodagem. Já no novo tipo, o ar também sustenta o peso, mas eles possuem laterais com reforços na estrutura, feitos de um composto de borracha mais resistente. O talão de fixação na roda também é reforçado. Para o consumidor, a grande vantagem está no fato de não ser necessária a substituição do pneu em caso de furo. 

Outra grande vantagem apontada pelas empresas de pneus é que os carros não precisam carregar um estepe. Além de liberar espaço no seu porta-malas, você pode se livrar daquelas ferramentas desajeitadas. A solução começa a atrair as atenções do grande público, pois não se restringe mais a modelos premium. Com isso, cresce a preocupação com os gastos para substituir ou reparar esses componentes. E a preocupação se confirma. Por exemplo, o custo, é bem elevado: em comparação com os pneus convencionais, em média, os run flats custam um terço a mais e também não podem ser combinados com pneus tradicionais. Os motoristas podem ter dificuldade para encontrar pneus novos, especialmente nas lojas menores ou em cidades do interior. Atualmente a disponibilidade melhorou, mas alguns tamanhos e marcas ainda são difíceis de achar.  

É importante ressaltar também que nem todo carro pode ter esse tipo de pneu. Isso por que o run flat precisa ser homologado para cada modelo. É essencial que o veículo esteja equipado com sensor de pressão, pois o motorista pode não perceber que os pneus estão sem ar. Além desse recurso, o veículo precisa ter o projeto de suspensão adaptado aos pneumáticos desse tipo, que são mais pesados. 

Run Flat acaba com o clássico estepe traseiro do Eco Sport Titanium 2020  

Foto: Divulgação

Um modelo que já sai de fábrica com o novo estilo de pneu é o Ford Ecosport Titanium 2020. E o impacto foi evidente: o tradicional estepe traseiro do modelo da Ford desapareceu com a implementação do Run Flat. Segundo a Ford, esta era a única opção viável para que fosse possível dispensar o pneu sobressalente na tampa do porta-malas. A montadora inclusive fornece um kit de reparo (compressor e selante) no porta-malas do novo modelo. A nova versão do modelo custa salgados R$ 92.990. 

E se precisar de Reparo? 

Como a banda de rodagem não diferente em relação à dos pneus comuns, eventuais furos podem ser reparados nos pneus run flat. No entanto, é preciso ficar atento às orientações do manual de instruções do veículo. No caso do EcoSport, Ford e Michelin afirmam que, após o conserto, o pneu poderá rodar novamente, caso não tenha ultrapassado a sua “cota” de 80 quilômetros. Já a Pirelli, que no Brasil fornece pneus run flat para modelos de BMW e Mercedes-Benz, recomenda que o pneu que tenha rodado sem pressão seja substituído, independentemente da quilometragem.

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