Conselho do Corinthians define data para retomar votação de impeachment de Augusto Melo

14/jan 15:31
Por Estadão

A votação do impeachment de Augusto Melo será retomada na segunda-feira, 20 de janeiro. A reunião foi convocada por Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, em documento enviado aos membros na segunda-feira. A discussão do tema acontece na sede do Corinthians, no Parque São Jorge, com chamadas às 18h e às 19h. Será discutido possível gestão temerária do presidente neste primeiro ano em que esteve à frente do clube, em especial o contrato com a Vai de Bet, ex-patrocinadora master do clube.

Para Augusto Melo, a votação do impeachment fere o estatuto do Corinthians. Isso porque a Comissão de Ética e Disciplina recomendou a suspensão da votação até o fim das investigações da Polícia Civil no caso da Vai de Bet. As averiguações estão na fase final e membros da diretoria alvinegra devem ser ouvidos nos próximos meses.

Esta é a terceira data marcada para a discussão do tema. Inicialmente, a votação do impeachment estava marcada para 28 de novembro, mas precisou ser adiada após as autoridades apontarem falta de segurança. Membros da Gaviões da Fiel, maior organizada do Corinthians, compareceram à porta do clube para demonstrar apoio a Augusto Melo. Sob os gritos “não vai ter golpe”, eles criticaram o processo de destituição do atual mandatário. A Polícia Militar montou um gabinete de crise para garantir a segurança no local.

Posteriormente, a votação ficou marcada para 2 de dezembro, mas a desembargadora Clara Maria Araújo Xavier concedeu a liminar ao presidente corintiano, que apresentou o documento no local da reunião quando os conselheiros já estavam reunidos para votar a destituição. A liminar foi derrubada em 12 de dezembro pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Em um eventual impeachment de Augusto Melo, quem assume é Osmar Stabile, primeiro vice-presidente, que terá até cinco dias para convocar a Assembleia Geral dos associados para votação em última instância, e de 30 a 60 dias para marcar a data da votação. Neste cenário, o presidente fica cautelarmente afastado até a proclamação do resultado final. É necessária a maioria simples do colegiado de 302 conselheiros para a destituição do presidente.

Em 26 de novembro, o Conselho de Orientação (Cori) enviou à Comissão de Ética um novo pedido de destituição do presidente. A decisão se baseou em suposta gestão temerária por parte da atual gestão, concluindo que houve uma piora na saúde financeira do clube. As demonstrações do segundo trimestre também foram reprovadas.

O afastamento do dirigente foi recomendada de maneira unânime pelos 13 membros do Cori, incluindo os ex-presidentes Andrés Sanchez e Duílio Monteiro Alves. O novo pedido corre independentemente das investigações da Polícia Civil.

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