Construtora completa 50 anos de atuação em Petrópolis

28/05/2017 07:00

O escritório de arquitetura Arqgom completará, neste ano, 50 anos de atuação em Petrópolis. A empresa é administrada atualmente pelo arquiteto Adriano Arpad Moreira Gomes, e pela sócia, também arquiteta, Elisa de Menezes Yazbeck. Juntos eles dão continuidade a um trabalho de família, já que Adriano é o 4° membro a manter a tradição de seguir carreira no ramo. Responsável por projetos como: do antigo Bingo, Edifício Mont Blanc, no Centro, e Indústria Xerium, no Quarteirão Brasileiro, a empresa está acostumada a elaborar projetos que unem tecnologia e história. Composição essencial para atuar em cidades históricas como a Cidade Imperial. 

Mas o marco da família começou há muitos anos com o bisavô de Adriano, Francisco Moreira Gomes. Isso porque a Francisco Gomes Construtora foi responsável pela construção da Casa Santos Dumont, um dos mais famosos pontos turísticos de Petrópolis, conhecido também como A Encantada. E foi com muito carinho que o construtor petropolitano guardou a sete chaves um dos registros mais importantes de sua vida profissional: um livro assinado pelo pai da aviação, Alberto Santos Dumont. No documento, o inventor faz um agradecimento pela construção da residência.

O livro “O que Eu Vi, O que nos Veremos”, datado de 1918, passou de geração em geração na família, assim como a aptidão pelo ramo da construção. “É um laço importante que temos com a cidade de Petrópolis e estamos orgulhosos pela história que ajudamos a construir durante cinco décadas de trabalho. É motivo de alegria para toda família quando olhamos para os projetos realizados e pensamos no futuro da empresa”, celebra Adriano. Outras duas obras importantes de Francisco Moreira Gomes foram o 32° Batalhão de Infantaria Leve, localizado na Vila Militar, e o Hotel do Comércio, localizado na Rua Dr. Porciúncula. 

Com foco no desenvolvimento de projetos e gerenciamento de obras, Adriano elabora estudos de viabilidade, urbanismo, paisagismo, arquitetura, sinalização e comunicação visual. Na lista de clientes atendidos estão instituições tradicionais, como: GE Celma, Senai e Orange. O escritório realiza ainda trabalhos em residências, casarões e prédios comerciais como é o caso do Edifício Mont Blanc, na Rua Raul de Leoni, no Centro. O imóvel é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e sofreu com um incêndio e abandono. Após longo período em ruínas, uma negociação tornou possível a reconstrução. Também no Centro, a empresa foi responsável pela adaptação de imóvel e modificação de fachada para implantação do antigo bingo, localizado na Rua do Imperador.

“Nas décadas de 60 e 70 foram erguidos prédios que seguiam a legislação vigente na época, estabelecida pelo Plano Agache. A remodelagem urbana criou lacunas entre os imóveis que apresentam linhas horizontais e verticais nas janelas dos sobrados, comprometendo o visual estético. Nosso objetivo era corrigir essa distorção no imóvel tombado”, lembra o arquiteto, que recentemente concluiu a recuperação da fachada da Indústria Xerium no Quarteirão Brasileiro, onde refez toda a pintura da edificação antiga, valorizando o prédio, que é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC).

Apesar dos problemas enfrentados há anos para a realização de restauros e obras em Petrópolis, devido ao tombamento da maior parte dos imóveis, Adriano destaca que mesmo com algumas dificuldades burocráticas que ainda existem, o processo para realizar projetos em Petrópolis melhorou consideravelmente. “Consegui aprovar a instalação de um elevador no Conjunto do Parque Ipiranga em apenas um mês. Claro, que apresentamos um projeto bem embasado e que mantém todas as exigências históricas que já sabemos serem necessárias. Mesmo assim anos atrás isso demoraria muito mais”, afirmou.

Como legado do bisavô Adriano afirma que é preciso sempre usar nos projetos e construções, equipamentos e tecnologias de ponto disponíveis no mercado aliado sempre a consciência ambiental, histórica e arquitetônica contemporânea. “Nas fotos antigas da construção do Hotel do Comércio é possível observar que a construtura do meu bisavô já utilizava vigas de concreto, que era considerada a melhor tecnologia da época. Portanto esse é meu pensamento. Sempre usar o que tem de novo e de melhor qualidade, sem perder a essência histórica e cultural que os lugares nos oferecem”, disse. 

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