Consumo de eletricidade sobe 8% em fevereiro, quarta maior alta desde 2004, afirma EPE

29/mar 10:45
Por Denise Luna / Estadão

O consumo de energia elétrica deu mais um salto em fevereiro, de 8% em relação há um ano, atingindo 46.314 gigawatts-hora (GWh), informa a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Este foi o quarto maior consumo mensal de toda a série histórica desde 2004, puxado principalmente pelas altas temperaturas e maior número de dias do mês bissexto.

A classe residencial continua sendo o principal destaque pelo quinto mês consecutivo, com alta de 11% no consumo de energia elétrica, enquanto na indústria subiu 6,5% e no comércio 8,8%.

O crescimento do mercado livre foi de 11,5%, enquanto o mercado cativo (distribuidoras) teve expansão de 5,8%. O resultado reflete as migrações já previstas para 2024 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), após a portaria que ampliou a possibilidade de migração a todos consumidores de média e alta tensão.

“O mercado livre, com 18.466 GWh, respondeu por 39,9% do consumo nacional de energia elétrica em fevereiro, com crescimento de 11,5% no consumo e de 32,2% no número de consumidores, na comparação com fevereiro de 2023”, informou a EPE. O Nordeste foi a região que mais expandiu o consumo (+15,4%) e o número de consumidores (+44,2%).

Mesmo com o avanço do mercado livre, as distribuidoras apresentaram em fevereiro alta de 1,4% no número de unidades consumidoras. O mercado cativo ainda detém 60,1% do abastecimento de energia elétrica, ou 27.847 GWh. A região Norte registrou a maior expansão do consumo, de 17,9%, enquanto o Nordeste liderou com 2,6% o aumento do número de consumidores.

Indústria

Com 15.546 GWh, o consumo industrial de eletricidade avançou em fevereiro, com todas as regiões registrando elevação no consumo: Sul (+8,9%), Nordeste (+8,0%), Sudeste (+6,2%), Centro-Oeste (+6,0%) e Norte (+1,1%). Apenas 5 dos 37 setores monitorados da indústria retraíram seus consumos na comparação com fevereiro de 2023. O consumo nos setores não eletrointensivos expandiu 10,5% na média, acima da expansão de 6,5% da indústria, enquanto nos eletrointensivos expandiu 5,4%.

Todos os dez setores mais eletrointensivos consumiram mais, destaque para: metalurgia (+5,9%), puxada pela cadeia do alumínio primário, mas com contribuição da alta na produção siderúrgica; fabricação de produtos alimentícios (+6,3%), beneficiada pela alta no consumo das famílias e exportações; e extração de minerais metálicos (+10,2%), puxado pelas exportações de minério de ferro.

Residências

O consumo de eletricidade nas residências foi de 15.202 GWh, o terceiro maior de toda série histórica desde 2004, ficando atrás apenas dos dois meses anteriores.

“O oitavo mês consecutivo com temperaturas acima da média histórica e ondas de calor no País puxaram a expansão do consumo em fevereiro”, explicou a EPE, ressaltando o aumento do número de vendas de ar condicionado e ventiladores desde o início das ondas de calor, no segundo semestre do ano passado, além do avanço no emprego e renda, que também contribuíram para a elevação do consumo.

Todas as regiões e Estados elevaram seus consumos no mês. As regiões Centro-Oeste (+12%) e Norte (+11,8%) se destacaram, seguidas pelo Nordeste (+8,9%), Sudeste (+7,2%) e Sul (+6,1%). Treze Estados tiveram aumento de dois dígitos, destaque para Amapá (+37,5%).

Comercial

O consumo de eletricidade da classe comercial ampliou em 8,8% em fevereiro de 2024 contra igual mês de 2023, chegando a 8.895 GWh. O consumo reduziu em relação a dezembro e janeiro, porém, o valor foi o terceiro maior já registrado de toda a série histórica da EPE.

“Espera-se que o consumo comercial também esteja majorado pelo fevereiro mais longo este ano, porém este efeito é de difícil estimação. O consumo foi influenciado pelas temperaturas acima da média, pelo bom desempenho do setor de comércio e serviços e pela adição na base de consumidores comerciais”, explicou a autarquia ligada ao Ministério de Minas e Energia (MME).

A região Norte (+15,4%) foi a que mais expandiu, seguida pelo Sudeste (+9,4%), Centro-Oeste (+8,4%), Sul (+7,5%) e Nordeste (+6,7%). Entre os Estados, destaques para o Amapá (+36,0%).

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