Contorno: Moradores só poderão voltar para casa depois de laudo de segurança

23/11/2017 16:20

Os 286 moradores das duas comunidades do Contorno – Vale da Escola e Servidão do Zizinho – que tiveram suas casas interditadas pela Defesa Civil (DC) só poderão voltar para as residências quando foram apresentados laudos que comprovem a segurança da região. De acordo com o secretário de DC, coronel Paulo Renato Vaz, as desinterdições tanto das moradias, quanto da escola, do motel e da rodovia, só acontecerão após apresentação de laudos conclusivos sobre as causas do desabamento ocorrido no dia 7 de novembro, na altura do quilômetro 81 na BR-040 e também sobre as soluções definitivas para a região.

"É uma questão de segurança. Não podemos liberar uma área sem que haja total certeza que a localidade está segura e que novos desabamentos não vão ocorrer. Os documentos que temos recebidos da Concer (concessionária que administra a BR-040) não são conclusivos. Ainda faltam informações", ressaltou o secretário de Defesa Civil.

De acordo com o secretário, a Prefeitura está aguardando os laudos conclusivos da Concer e também da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre as causas do desabamento e quais serão as medidas adotadas para recuperar o local da tragédia. Ainda de acordo com o secretário, a Defesa Civil também vai usar laudos emitidos por três órgãos que estão avaliando o local do desabamento (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM -, Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro – DRMRJ – e Universidade Estadual do Rio de Janeiro – Uerj). 

"Especialistas desses órgãos estão avaliando a região e também vão emitir laudos sobre as causas e medidas que possam ser adotadas para garantir a segurança tanto da rodovia quanto das moradias. Vamos nos basear em todos os laudos antes de desinterditar algum imóvel ou liberar a via", ressaltou o secretário de Defesa Civil.

O desabamento às margens da rodovia completa hoje 18 dias. No local, conhecido como Vale da Escola, uma cratera de cerca de 70 metros de profundidade se abriu engolindo uma casa e destruindo parcialmente outras três. No ponto onde houve o desabamento da rodovia, estava acontecendo as escavações para a construção do túnel que faz parte do projeto da nova subida da serra, que é de responsabilidade de Concer.

Para Paulo Renato, a vistoria realizada no túnel uma semana após o desabamento, reforçam a tese de que as escavações podem ser sido as causas da abertura da cratera às margens da rodovia. A vistoria foi feita por técnicos da Concer, da ANTT e da Defesa Civil. "O túnel está totalmente alagado e no ponto onde a cratera se abriu, foi detectado um bloqueio, o que indica que houve um desmoronamento do túnel. O que precisamos confirmar, por meio desses laudos técnicos, é o que levou esse rompimento, se foram as paralisações e abandono das obras, ou então, problemas nas escavações", disse o secretário.

As obras de construção do túnel estão paralisadas desde julho do ano passado e desde novembro, a Concer deixou de monitorar a região. No projeto o túnel tem cerca de cinco quilômetros, mas não se sabe ao certo quanto foi escavado pela Concer. 

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