Cooperativa pode fechar as portas no Cascatinha

24/01/2017 10:50

Funcionários da Comunidade D’Esperança, no Cascatinha, estão preocupados com o futuro da cooperativa, que é responsável pela separação e reciclagem de milhares de toneladas de lixo por ano. O futuro do projeto, que faz de Petrópolis uma das poucas cidades com o serviço de coleta seletiva no país, ainda está incerto. Na manhã de ontem, uma caçamba que ficava na entrada do galpão, na Estrada do Cascatinha, número 46, onde fica a cooperativa, foi retirada. Funcionários não souberam dizer o motivo, mas temem que o projeto seja encerrado. 

“Ficamos sabendo que isso aqui vai fechar. Isso nós ouvimos da boca das pessoas que vieram recolher a caçamba, onde era depositado todo o material que chegava pra gente separar. Estamos muito preocupados, porque isso aqui garante a nossa sobrevivência e a sobrevivência das nossas famílias”, disse Cláudia Costa, uma das funcionárias. Ao todo, 15 pessoas trabalham diretamente na Comunidade D’Esperança, o que garante o sustento de 60 pessoas, entre filhos e outros parentes. “Nossa sobrevivência depende daqui. É da cooperativa, desse trabalho maravilhoso que a gente tira o nosso pão de cada dia. E eles estão brincando com isso”, disse Rosângela Silveira, que trabalha há nove anos no local.

Todos os 15 funcionários recebem uma gratificação pelo serviço realizado, mas não têm carteira assinada nem contam com benefícios do trabalho regularizado. “No fim do ano passado eles haviam nos prometido um monte de coisas, na época de eleição. Falaram em modernizar, em registrar a gente com carteira de trabalho, nos dar benefícios como qualquer outro trabalhador. Mas o que estamos vendo é que o governo mudou e as coisas parecem não estar fluindo. Esperamos a sensibilidade do atual presidente da Comdep e do nosso prefeito, porque esse projeto é importante para toda a cidade e é o nosso sustento. É o futuro das nossas famílias, que dependem disso aqui”, disse um dos funcionários.

O imóvel onde funciona a cooperativa é particular e alugado pela Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis, a Comdep. O pagamento, no entanto, está atrasado há dois meses. Em nota, a Prefeitura informou que há R$ 261 mil em dí- vidas com caminhões que fazem a coleta seletiva. Por isso, o serviço vem sendo prejudicado. O município não respondeu, no entanto, sobre o futuro da cooperativa. 

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