Corrupção ampla, geral e irrestrita

09/09/2017 12:00

Vivemos um momento político de grande expectativa e de tal importância que é quase inacreditável a calma desinteressada dos nossos políticos profissionais e corruptos. A coragem deles é tão grande que não demonstram medo e nem incerteza quanto aos resultados que almejam, pois sabem que é deles a incumbência de organizar, facilitar e construir os resultados que almejam. Eles sabem que tudo, absolutamente tudo, depende apenas de si mesmos, que fazem as leis, estabelecem os limites e penalidades e criam saídas e garantias de vitória em qualquer acusação que venham sofrer quanto aos seus atos ilícitos e costumeiros. Tudo está previsto e estabelecido de tal forma que o máximo que pode acontecer é receberem uma condenação de 20 a 30 anos de prisão e cumprirem 2 ou 3 anos – se tanto –  de prisão domiciliar, sem tornozeleiras eletrônicas, pois, nenhum estado do  país têm dinheiro para comprá-las. E agora os políticos tentam uma manobra radical e perigosa. Querem tirar do eleitor a visibilidade do voto e ameaçam procuradores e juízes no momento de maior decepção do cidadão com os seus representantes. Este divórcio entre o eleitor e o eleito tem raízes profundas e sérias, que não serão superadas com a desnecessária intimidação da lava jato nem com uma reforma apressada. Os melhores cientistas políticos do país sabem que sequer temos tempo hábil para uma reforma política bem-feita como precisamos. Sabemos que em outubro as regras para as próximas eleições terão que estar aprovadas, e uma medida absurda e bastante polêmica está sendo cogitada pelos políticos de esquerda radicais – os comunistas – liderados pelo PT e seus comparsas: a “lista fechada”. Por ela, de uma tacada, assim sem mais nem menos, e de um modo quase secreto, pretendem cassar o direito de escolha pelo povo dos seus candidatos a cargos eletivos. Ora, se a escolha dos candidatos for feita pelos partidos significa dizer que quem escolhe os candidatos são os partidos, ou seja, você não vai votar nos candidatos que você escolheu, mas sim nos candidatos que o partido escolheu para você escolher. Resumindo, quem escolhe os candidatos são os partidos. É como se nos dissessem assim: você tem todo o direito de escolher o candidato, desde que escolham na lista que nós escolhemos para você escolher. Quem escolheu? Eles. Ora, num país onde mais de noventa por cento dos políticos são sem caráter e/ou corruptos, os candidatos que eles vão escolher serão aqueles que defenderão todos os interesses destes corruptos imorais e mentirosos. 

Por que todos os países comunistas e pró-ditaduras, tais como Cuba, Venezuela, Coreia do Norte, China, Vietnam, Bolívia, Equador, Uruguai e outros, adotam a “lista fechada de candidatos” e a “Lei de abuso de autoridade”? Porque todos eles querem se eternizar no poder e continuar saqueando os cofres públicos, como fizeram aqui nos últimos 14 anos. Quem tem o poder de determinar a lista é quem tem o comando das estruturas de cada partido. É isso que a gente quer? O congresso (recuso-me a escrever esta palavra com C maiúsculo) votou em 2007 contra a lista fechada. Em 2015, também. Foram 422 votos contra 21 a favor. Os deputados são os mesmos e vão ter que mudar muito a visão que tinham há dois anos sobre a lista fechada. E só uma coisa poderá mudar sua opinião: a gigantesca corrupção reinante que enriqueceu a quase todos eles.

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