Covid-19: pesquisa mostra que 40% dos municípios não tem condições adequadas para armazenar a vacina

21/04/2021 15:57
Por Redação/ Tribuna de Petrópolis

O levantamento realizado em 5.569 municípios do país mostra que os municípios carecem de itens como geladeira com medição de temperatura, caixas térmicas e acesso à internet, entre outros, para o armazenamento das doses da vacina contra Covid-19. A pesquisa feita pelo Movimento Unidos Pela Vacina e o Instituto Locomotiva mapearam os desafios que as cidades enfrentam para vacinar a população contra a Covid-19. Realizado no início de abril, o levantamento quantitativo entrevistou os gestores de saúde de 99,99% dos 5.570 municípios do país.

De acordo com o levantamento, todos os municípios que responderam à pesquisa possuem sala de vacinação. O que os secretários entrevistados apontam é a necessidade de reforço e melhoria dessa estrutura, para enfrentar os desafios específicos de uma pandemia que impacta o Brasil e o mundo. Do total de municípios pesquisados, 40% não têm geladeira com medição de temperatura e alarme em boas condições, equipamento fundamental para armazenar o imunizante e mitigar o risco de perda de doses. Em 35% a sala de vacinação precisa de adequações. Em 19% dos postos não há internet para o registro de imunização; 12% deles não possuem computador. E 15% apontam a necessidade de equipar as salas com itens como pia com água, sabonete e papel toalha, caixa coletora de perfurocortantes, entre outras melhorias.

“Fomos ouvir quem está na ponta do processo, em contato direto com a população. A pesquisa oferece uma radiografia da estrutura nacional envolvida na vacinação, dos seus pontos fortes e das suas novas necessidades”, explica Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.

Na pesquisa, a falta de imunizante é apontada por 47% dos secretários municipais como o principal desafio para a acelerar o ritmo da vacinação. A boa notícia é que praticamente todas as cidades (99%) previram a vacinação em domicílio e 67% organizaram postos volantes ou sistema do tipo drive-thru. Já a imunização aos fins de semana precisa melhorar: 48% contam com unidades abertas sábados e domingos. O Unidos Pela Vacina está em contato com os municípios e busca parceiros para ampliar a cobertura.

Quanto às medidas de prevenção à doença, 98% dos municípios tornaram o uso de máscara obrigatório, 97% realizam campanhas educativas sobre o distanciamento social e outras formas de se evitar o contágio e 86% adotam restrições para o horário de funcionamento de estabelecimentos e de serviços não essenciais. Ainda assim, 54% dos municípios apontam a necessidade de campanhas de incentivo para adesão às medidas adotadas, uma vez que, nessas cidades, metade ou menos da população está seguindo as recomendações.

“A Covid-19 produziu um cenário de extrema complexidade, convidando toda a sociedade para uma atuação cooperativa e solidária. Temos um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo. Mas as características únicas dessa pandemia exigem um aprimoramento urgente na estrutura disponível atualmente no país. E é nesse reforço, seja de equipamentos, itens ou serviços, que colocamos o foco do Movimento Unidos pela Vacina de maneira que o país seja capaz de vacinar rapidamente a população à medida em que as doses cheguem”, afirma Maria Fernanda Teixeira, CEO da Ferena, conselheira de empresas no Brasil e nos Estados Unidos e integrante da coordenação nacional do Movimento Unidos Pela Vacina

Para 44% das pessoas que responderam a pesquisa, a inciativa privada e a sociedade civil podem atuar na comunicação com a população, levando informação confiável sobre a vacina e o processo de vacinação. “Conectar cidades e estados a empresas, instituições e mesmo pessoas físicas que podem contribuir para acelerar essas necessidades apontadas pela pesquisa é um dos caminhos para alcançarmos o que todos desejamos, que é vencer a corrida pela vida e pela recuperação da economia do país. Já estamos agilizando essas conexões e soluções, fornecendo de transporte de vacinas e caixas térmicas a aventais e seringas”, complementa Maria Fernanda Teixeira.

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