Covid-19: Petrópolis pode enfrentar colapso da rede de Saúde se medidas de enfrentamento à doença não forem respeitadas

14/03/2021 08:34
Por Janaina do Carmo

“Infelizmente não tivemos sucesso no controle de aglomerações, no uso de máscaras e um ano depois do início da pandemia, Petrópolis pode assistir dentro de poucas semanas um colapso da rede de saúde”. O alerta é do infectologista Marco Liserre, do Hospital Unimed, que atua na linha de frente no atendimento a covid.


No sábado (13), completou um ano das primeiras medidas de restrições contra covid-19 na cidade. Na época, nenhum caso tinha sido confirmado, o que só aconteceu no dia 19 de março de 2020.
Um ano depois da primeira confirmação, a cidade enfrenta um aumento na quantidade de casos e a existência de novas variantes do coronavírus circulando no município. Já são mais de 22 mil pessoas infectadas e 598 mortes. E duas crianças de apenas sete meses se contaminaram com a nova variante.
Para o especialista, as pessoas precisam se conscientizar e não relaxar com as medidas de enfrentamento à doença. “O que a gente vê é um suicídio coletivo. Há um desrespeito das medidas sanitárias. As pessoas continuam se aglomerando, não usando máscaras e agem como se a doença já tivesse acabado”, lamentou o infectologista.


Ele ressalta que as novas variantes tem uma capacidade de disseminação muito mais elevada, o que acende o alerta de reforço das medidas sanitárias. “A capacidade de disseminação é muito rápida e isso é o que nos preocupa, principalmente com relação a falta de UTI. Os pacientes que evoluírem para a forma mais grave da doença podem ficar sem atendimento. Petrópolis ainda tem leitos, mas estamos esperando pelo pior nas próximas semanas”, frisou.
De acordo com o último boletim divulgado pela Prefeitura de Petrópolis na noite de sexta-feira (12), a taxa de ocupação de leitos clínicos na rede pública está em 72,6 por cento. Já nas unidades de Terapia Intensiva (UTI), a taxa é de 63,81 no Sistema Único de Saúde (SUS).


O especialista também ressalta a importância da vacinação contra covid-19 e acredita que é preciso cobrar do governo federal um empenho maior na aquisição de mais imunizantes. “Temos que levantar a voz com o governo federal em relação a vacina porque é a única saída que temos para sair dessa crise”, concluiu o especialista.
Até o momento,15.143 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra o coronavírus na cidade. E quase seis mil pessoas tomaram a segunda dose do imunizante.

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