Crianças: especialista alerta sobre doenças infecciosas

06/11/2016 07:00

O relatório do Conselho Global de Higiene (GHC) chama atenção para três milhões de crianças menores de cinco anos que morrem de doenças infecciosas a cada ano. Quase um milhão de crianças morrem de pneumonia a cada ano, e mais de 700 mil crianças menores de cinco anos morrem em consequência de diarreia. O alerta do Conselho para o Brasil serve para que o Ministério da Saúde mantenha ativo os programas de prevenção para as crianças, pois conforme relatório da Organização das Nações Unidas, divulgado em 2015, o Brasil conseguiu reduzir a mortalidade infantil abaixo da meta estabelecida. 

A coordenadora de programas da Secretaria Municipal de Saúde, Adriana Chaves, disse que vários fatores influenciaram para a redução da mortalidade infantil no Brasil. “Vacinas, aleitamento materno, saneamento básico, educação materna e outras ações contribuíram para reduzir a mortalidade. O que se tem feito é ampliar essas ações”. 

Para Adriana Chaves, o conceito de prevenção e higiene é muito grande e envolve várias ações, que precisam ser sempre avaliadas, observando o perfil da população. Ela lembra que a atenção básica (postos de saúde) é muito importante e isso vem sendo amplamente discutido pelo Conselho Municipal de Saúde (Consaúde) e pelo Ministério da Saúde, que tem como prioridade ampliar os investimentos na saúde básica.

Com relação ao relatório do Conselho Global de Higiene, divulgado esta semana com o título "Pequenos Passos para uma Grande Mudança” (Small Steps for Big Change), A coordenadora de programas da Secretaria, Adriana Chaves disse que é importante e contribui para fortalecer pontos fracos na assistência. Neste trabalho de prevenção, a médica destaca a importância de se investir em saneamento básico como ação de prevenção a doenças. 

O relatório do Conselho Global de Higiene estuda o efeito alarmante das doenças infecciosas preveníveis em crianças do mundo inteiro, e pede para famílias, comunidades e profissionais de saúde implementarem um plano simples de cinco passos para melhorar os hábitos diários de higiene e impedir que crianças morram devido a infecções preveníveis. 

"É inaceitável que infecções facilmente preveníveis como a diarreia ainda sejam os maiores assassinos de crianças do mundo", diz o professor John Oxford, um especialista em doenças infecciosas do Reino Unido e presidente do GHC. "Sabe-se que lavar as mãos com sabonete reduz o número de mortes por diarreia em 50% e com a criação deste plano de cinco passos, queremos oferecer uma mensagem clara e consistente sobre como pequenas mudanças nos hábitos de higiene podem ter um grande impacto na saúde e no bem-estar das crianças do mundo inteiro".

O plano de cinco passos foi criado por especialistas do GHC, que inclui pediatras, especialistas em doenças infecciosas e especialistas em saúde pública do Reino Unido, França, EUA, Nigéria e África do Sul. O foco das cinco etapas está em fazer pequenas mudanças, como melhorar a limpeza das mãos e impedir a propagação de infecções em casa. Entre as possíveis grandes mudanças que podem surgir, estão a redução pela metade dos casos de diarreia e a redução dos efeitos das infecções comuns da infância como resfriados e gripes.

"A falta de higiene pessoal e hábitos de higiene em casa é amplamente reconhecida como as principais causas de transmissão de infecção em casos de resfriado, gripe e diarreia", disse o professor de Oxford. "Famílias, comunidades e profissionais de saúde precisam reconhecer que a higiene melhorada é uma primeira linha de defesa eficaz, e que a adoção de hábitos de higiene melhores pode ter um impacto imenso e positivo na vida de crianças do mundo inteiro".

O risco de uma criança morrer é maior no período neonatal, os primeiros 28 dias de vida. Parto seguro e cuidados neonatais eficazes são essenciais para prevenir essas mortes. De acordo com o Conselho, 45% das mortes de crianças menores de cinco anos têm lugar durante o período neonatal. Entre as muitas ações que contribuíram para a redução desta mortalidade está a desenvolvida pela Pastoral da Criança, principalmente nas comunidades pobres e em países da África. 

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