Crise faz com que consumidores optem pelos bombons

31/03/2018 13:00

O sábado (31) foi marcado pelo corre-corre de centenas de petropolitanos nas lojas para comprar as lembrancinhas de Páscoa, mas, diferente dos outros anos, os ovos de Páscoa, símbolo da época, neste ano, está sendo visto com desconfiança. Com a alta nos preços dos ovos, nos postos de vendas, o bombom ganhou a preferência dos consumidores ávidos pelo prazer do chocolate. Apesar do bom movimento este sábado, os comerciantes não estão muito otimistas e já não esperam melhora nas vendas em relação ao ano passado.

A arrumadeira Michelle Maria Mussel aproveitou uma folga no trabalho para comprar o seu ovo de Páscoa e as lambranças de toda a família. Como não dispunha de tempo durante a semana, resolveu fazer como muitos petropolitanos: acordar cedo e ir às compras. “Eu trabalho bastante durante a semana e não sobra tempo para fazer essas compras. Hoje, como estou de folga, pude dar um pulinho aqui para comprar bombons e ovos de Páscoa”.

A jornalista Patrícia França de Albuquerque fez o mesmo: aproveitou o tempo livre para fazer aquele agrado para os três filhos. Após pesquisar muito, resolveu encher uma cesta com produtos variados. “Como lá em casa somos quatro, é preciso olhar muito bem os preços. O orçamento está curto para todo mundo”, brincou. Mesmo esbarrando com outros consumidores pelos corredores do estabelecimento comercial, diz que encontrou o que queria.

Objeto de desejo de muitos brasileiros, o ovo de Páscoa já não é mais campeão na venda das lojas. Segundo a Tribuna apurou, outros chocolates ganham de goleada daquele que ainda é um símbolo para os cristãos. A explicação para isto está no preço: um ovo dos mais baratos chega a custar até 30% mais que uma caixa de bombom.

“O ovo está caro demais. Por isso, resolvi comprar outros tipos de chocolate para presentar as pessoas neste domingo”, revela a estudante Camila Motta, que, como muitos, deixou as compras para a última hora. “A grana está curta. Infelizmente, não levarei tudo aquilo que eu gostaria. Foi assim também no ano passado”, completou. 

Comerciantes reconhecem: o ovo está caro – A queixa do consumidor sobre os altos valores do ovo de Páscoa não é exclusiva: mesmo os donos dos estabelecimentos reconhecem o problema. Por essa razão, muitos estão apostando em promoções. O gerente da DIB da Paulo Barbosa, Carlos Roberto Gomes, diz que as pessoas estão buscando alternativas similares. “O preço influencia tudo. Eu percebo que a maioria das pessoas gostaria mesmo é de comprar o ovo, mas o valor é alto e a opção é buscar os similares”, informou. 

A Casa do Biscoito, no Centro, também registou uma procura maior pelos bombons e chocolates.  “Podemos citar várias coisas que obrigam as pessoas a segurar seus gastos. O IPVA, material escolar e outros gastos acabam influenciando na hora de comprar o ovo ou uma barra de chocolate. A nossa venda de chocolate fica muito acima dos ovos e é uma tendência geral e até esperada”, argumentou o proprietário Givanildo Lima, que ampliou seu estoque de caixas de bombom e similares e reduziu o de ovos.

Em tempo de dinheiro curto no bolso dos petropolitanos, vale a criatividade na hora de vender. A outra loja Dib apostou num visual colorido e no entretenimento para atrair o público. O gerente Guilherme Ivo Stuff levou até um coelhinho para atrair o público infantil, que tira fotos com a criançada na porta do estabelecimento. 

Segundo ele, é fundamental valorizar uma data tão significativa para milhões de pessoas e satisfazer o desejo do consumidor. “Todo ano, colocamos coelhinho e enfeitamos a vitrine para que a população encontre aquilo que deseja”, explicou Guilherme. 

Na contramão dessa tendência, a Cacau Show utilizou uma estratégia diferente para que o tão desejado ovo de Páscoa não saia do cardápio dos petropolitanos. Com promoções, a loja – que registrou fila praticamente o dia todo – equilibrou a equação sem maiores problemas. Juliana Ribeiro, gerente do local, explicou que os preços se mantiveram estáveis em relação a 2017 e, por isso, espera que as vendas não sejam menores em relação ao ano passado. 

“Todos fazem pesquisas de preços. Há aqueles que não abrem mão de comprar o ovo e, por isso, olham todas as lojas antes de comprar. Como temos promoções, não há muita diferença entre aquele que leva um chocolate ou o ovo.  A nossa expectativa é sempre muito boa”, finalizou.  

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