Crise fecha central que monitorava desastres

27/12/2016 10:55

Em virtude da crise, o Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) foi desativado em junho de 2016. O local era responsável por realizar o monitoramento de desastres naturais em todo estado e ficava na Secretaria de Defesa Civil. O Centro foi criado em 2011, logo depois da tragédia que ocorreu na região Serrana matando centenas de pessoas.

Segundo Ivan Abreu, meteorologista, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Conselheiro Titular do Crea-RJ, o Cemaden é composto por tecnologia de ponta e profissionais de diversas áreas e, por conta disso, se tornou um dos mais conceituados centros do Brasil. “O Centro é responsável pela previsão, prevenção, preparação e alerta de desastres, tais como deslizamentos, inundações, enxurradas, ondas de calor, risco de incêndio e de tempo severo para todos os municípios do estado. Seu fechamento pode resultar em bilhões de reais em prejuízos materiais e financeiros e, principalmente, causar perdas de vidas humanas, nos 92 municípios do RJ”, revela Ivan.

Hoje com o Cemaden inativo, esse mapeamento deixou de ser feito, comprometendo a realização dos monitoramentos ambientais, assim como as coletas de dados, análises de situações de risco, emissões de boletins meteorológicos e, principalmente, o serviço preventivo de desastres. Para Ana Cristina Palmeira, meteorologista, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e conselheira suplente do Crea-RJ essa decisão prejudicará na prevenção de futuras fatalidades. “Os períodos da primavera e verão costumam ser quentes e chuvosos e as previsões climáticas para o próximo trimestre, segundo CPTec/Inpe (Centro de Previsões do Tempo e Estudos Climáticos), indicam normalidade com esse padrão. Isso significa que o serviço prestado pelo Cemaden se manterá cada vez mais necessário à população”, comenta Ana.

O Crea-RJ, como órgão fiscalizador da profissão, reconhece o Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais como um local de destaque e referência, levando em consideração sua equipe técnica de especialistas e TI fundamentais à gestão de desastres. “A diminuição de casos de desastres esteve relacionada ao excelente trabalho exercido por esta entidade e não por diminuição da fúria da natureza”, pontua a conselheira Ana Cristina.

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