Crise gerada por pandemia já fez várias empresas fecharem as portas em Petrópolis
Em meio a pandemia do Covid-19, se multiplicam as in informações sobre empresas fechando as portas na cidade. Só na última semana os proprietários dos bares Huricane e Planet Chopp e da academia Physical anunciaram o encerramento das atividades. Os anúncios foram feitos pelos empresários em suas redes sociais. As despedias emocionadas receberam mensagens de carinho dos clientes e amigos, além de terem sido compartilhadas centenas de vezes.
“O maior problema é não ter ideia de quando tudo isso vai acabar. Não há a menor previsão de quando vamos poder reabrir. Toda essa incerteza e sem o mínimo de ajuda do governo fica impossível continuar funcionando”, disse o proprietário da academia Physical, Hélio Sadock, de 56 anos.
A academia existia há quase 40 anos e funcionava na Rua Teresa, no Centro. “Mais de 30 anos da minha vida passei dentro da Physical – 27 deles como proprietário. É minha história”, ressaltou o empresário e professor de Educação Física. A academia começou no Bauhaus e, duas décadas depois, se mudou para a Rua Teresa, onde tinha 600 alunos.
“Já são dois meses com a academia fechada e as contas chegando. O governo não ajuda o microempresário. Como manter o seu negócio sem entrar nenhum dinheiro? Se olhassem para o pequeno e o microempresário, a situação poderia ser diferente”, comentou Sadock. A academia empregava 10 funcionários, além de oito estagiários e professores de educação física, que atuavam como personal trainers. “No meio disso tudo, alguns setores vão sofrer mais que os outros. O nosso ramo é um deles”.
Academias de ginástica e similares tiveram as atividades suspensas em março, após a publicação de decretos municipais e estaduais determinando medidas de restrições e isolamento social para evitar o aumento dos casos do novo coronavírus. Bares e restaurantes também estão fechados, estando liberados apenas para o funcionamento como delivery (entregando o produto na casa do cliente).
Para o infectologista Paulo César Guimarães, ambientes onde há aglomerações – como academias de ginástica, bares, restaurantes, locais que realizam eventos, cinemas, entre outros – deverão ser os últimos a ter permissão para funcionar. “Tudo nesse vírus é novo e se sabe muito pouco sobre a sua estrutura. Então não há como afirmar, categoricamente, quando certas atividades poderão reabrir”, disse o especialista.
Paulo César ressalta que o novo coronavírus se espalha muito rápido e por isso as medidas de isolamento social e restrições de atividades são importantes. “Enquanto não existir uma vacina, não há uma solução a curto prazo. Imagina várias pessoas dentro de uma academia, que é um ambiente fechado, se exercitando, falando… É um grande risco”, alertou. “A situação só será controlada com a vacina, como aconteceu com o sarampo e a meningite”, frisou.
Casa D´Angelo e Petiscaria Imperial, também citadas nas redes sociais como empresas que estariam encerrando suas atividades, negaram a informação. Apesar de todas as dificuldades provocadas pela pandemia do Covid-19, os representantes de ambas disseram que manterão o trabalho.
“Estamos abertos, esperando tudo isso acabar e poder receber os nossos clientes e amigos novamente. Na próxima semana vamos iniciar o serviço de delivery para nos aproximarmos mais”, disse o proprietário da Casa D’Angelo, Hélio Dias. “No nosso ramo fica difícil nos reinventarmos como todos andam falando. Somos um comércio que estimula e vive da interação das pessoas, que marcavam encontros para tomarem um chopinho. Nossa casa é muito grande e os custos são altos, mas não vamos fraquejar. Enquanto pudermos, vamos manter nossas tradições vivas e a disposição dos amigos e amigas”.
A Petiscaria Imperial também informou à Tribuna que continua em funcionamento, mas, no momento, apenas atendendo de forma delivery.
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