Crise no transporte começa com redução de linhas e culmina com incêndio

10/05/2023 03:10

Antes da pandemia, a frota de ônibus das linhas urbanas de Petrópolis era de 380 veículos. Em três anos, ela reduziu para 345 ônibus considerando os 35 que as empresas foram autorizadas a vender na gestão interina de Hingo Hammes.  Essa autorização só foi tornada pública mais de um ano depois de ter sido realizada. E, mesmo com o arrefecimento da pandemia e com aumento do número de usuários, esses ônibus não retornaram à circulação.

26 ônibus fora de uso

A prefeitura anunciou no início do ano que chegou à marca de 40 ônibus seminovos, mas eles não vieram somar à frota, mas, sim, substituir os que estavam em petição de miséria. E do total de 74 ônibus que pegaram fogo, apenas 48 estavam em uso. É dose saber que entre os destruídos 20 estavam fora de operação – muito provavelmente por falta de condições – e seis eram já sucata.

Investigação

São muitas as perguntas a serem respondidas pela investigação que vai apurar as causas do incêndio na garagem da Petro Ita e Cascatinha apontado pelas empresas como ‘criminoso’. E algumas não saem de nossa cabeça, como, por exemplo, o fato de os bombeiros terem sido acionados bem depois do incêndio ter começado, por volta das 1h, de acordo com relatos de moradores. E como todo mundo sabe, os minutos iniciais são essenciais para combater as chamas. Outra coisa que se ouviu por ali é que teriam sido três focos simultâneos de fogo.

Sem explosão

Mas tem um lance que nos chama muito a atenção: nenhum dos ônibus na garagem estava abastecido? Porque considerando que eram 48 em operação e cada um tem tanque com capacidade mínima de 350 litros de diesel era para ter havido muita explosão, né? Pelo menos 30 motoristas chegaram para trabalhar no início do dia. Considerando então que existiriam pelo menos 30 veículos com, digamos, meio tanque, dava mais de cinco mil litros do diesel nos coletivos.  

O cenário desolador de destruição na garagem da Petro Ita e Cascatinha.

E os seminovos?

Também nos ocorre o seguinte, o incêndio atingiu também os ônibus seminovos que a empresa Petro Ita tinha acabado de comprar? Porque até março eram 22 seminovos que tinham entrado em circulação pela Petro Ita e seis pela Cascatinha.

Mas gente…

E logo após começar a rodar na cidade em substituição a um dos 78 ônibus queimados no incêndio, eis que um dos veículos da Master, viação do mesmo grupo da Petro Ita e Cascatinha, que atua em São João do Meriti, na Baixada, quebrou e foi rebocado. É o meme pronto!

Rotatividade na CPTrans

Em meio a tantas perguntas é triste saber que a CPTrans somente na atual gestão está com seu terceiro presidente em exercício em um ano e meio. E que em quatro anos foram sete que já sentaram na cadeira de presidente, três deles sem qualquer conhecimento técnico.

Reajuste

Resta ainda dizer que o incêndio acontece às vésperas de a prefeitura decidir se aumenta o valor das passagens ou se subsidia as empresas total ou parcialmente nesta majoração.

A artista plástica Beatriz Penna vai ministrar mini curso de aquarela, que fará parte da programação da 21ª Semana de Museus, da qual participa nosso Museu Imperial. Serão quatro aulas presenciais gratuitas entre os dias 15 e 18 de maio, divididas em dois horários: das 10h às 12h e 14h às 16h, sempre na Casa Cláudio de Souza. Mas, é preciso correr: serão apenas 20 vagas e as inscrições serão encerradas com o preenchimento da turma. Para participar, é preciso ter idade acima de 15 anos. Inscrições abertas no site www.museuimperial.museus.gov.br.

Coleguinha

Falando ainda do incêndio, se o vereador Hingo Hammes desistir da vida pública pode virar repórter. Ontem no seu informe do ocorrido para as redes sociais mostrou imagens do local, polícia chegando, os ônibus queimados e ainda nos disse quantos tinham sido destruídos e como estava sendo a operação. Fez direitinho!

Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br

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