Cuidados com as pipas são intensificados no período das férias escolares

04/07/2016 18:12

A Ampla, concessionária de energia elétrica que atende grande parte do Estado do Rio, inclusive Petrópolis, está fazendo um alerta para o cuidado com as pipas na rede elétrica. Este ano, a dificuldade está em precisar o período de ocorrência das interrupções de energia elétrica por causa de pipas na rede, pois em Petrópolis as férias dos alunos da rede municipal será em agosto, durante o período da Olimpíada, no entanto, no mês de julho, alunos da rede particular estão de férias e os alunos da rede estadual estão em casa há quatro meses devido à greve dos professores.

Outro problema no período das férias é o número de acidentes com motoqueiros por causa do uso de cerol nas linhas para soltar pipas, que pode causar acidentes graves. Em 2011 foi aprovada na Câmara a Lei 6.852 que proibiu a venda de cerol em Petrópolis, de autoria do ex-vereador Marcelo Motorista, e, em 2013, foi aprovada a Lei 7.078, criando a campanha Pipa Legal para conscientizar as pessoas sobre o risco para o uso de cerol. Além disto, ainda há uma legislação estadual que proíbe o uso e comercialização de cerol em todo o estado. 

Conforme dados da Ampla, a empresa registrou 250 casos de interrupção de energia em 2015 só na Região Serrana causados pelo contato de pipas com a rede elétrica, incluindo Petrópolis. A concessionária informa que historicamente os meses de férias concentram os casos de interrupções de energia e acidentes causados pelo contato das pipas com a rede elétrica. 

Com mais crianças nas ruas durante esse período, que neste ano vai se estender até o fim de agosto, o cuidado deve ser redobrado. Em 2015, das 3.479 interrupções causadas por pipas nos 66 municípios atendidos pela Ampla, 72% foram registradas nos meses de janeiro, fevereiro, julho, agosto e dezembro. Os municípios de São Gonçalo e Magé e a Região dos Lagos representam 61% dos casos registrados no ano passado pela empresa. 

Só em São Gonçalo, foram 908 incidências – cerca de 30% do total. Além dos transtornos causados para quem fica sem energia, o lançamento de pipas, sapatos, bolas, marimbas, bandeirinhas e balões pode causar acidentes graves. Além do risco de descargas elétricas no momento em que o objeto encosta na rede, as pessoas se arriscam também ao tentar recuperar pipas e outros itens presos na fiação.

Abaixo, algumas orientações importantes:

– Soltar pipas perto da rede elétrica é muito perigoso. Elas podem enroscar nos fios com risco de descarga elétrica. Materiais metálicos também não devem ser utilizados na fabricação deste brinquedo, pois conduzem eletricidade, aumentando a chance de choque elétrico, podendo causar até a morte de uma pessoa.

– O uso da chamada linha chilena, que possui poder de corte quatro vezes maior que o cerol tradicionalmente usado nas pipas, tem agravado a situação. O risco de acidentes fatais é alto para pedestres e motociclistas e os danos à rede elétrica também são maiores.

– Os pais devem orientar seus filhos a não encostar em qualquer objeto estranho que esteja pendurado à rede elétrica.

– O uso de cerol (pó de vidro com cola) oferece mais um risco: ele corta a camada de  borracha que reveste os fios de alumínio ou de cobre, criando a situação de transferência de corrente elétrica. Além disso, o uso de cerol também pode provocar acidentes com motociclistas.

– A população não deve tentar mexer em qualquer componente da rede elétrica, como a fiação aérea, por exemplo. Somente técnicos da distribuidora, treinados para este trabalho que exige o uso de equipamentos de segurança, estão aptos a manusear a rede elétrica.

– Além das pipas, é preciso redobrar a atenção com os balões.  Eles respondem por muitos acidentes na rede elétrica já que ele pode cair aceso em florestas, residências e indústrias e até oferecer perigo à aviação. O que antes era considerado uma brincadeira hoje é crime. De acordo com a nova Lei de Crimes Ambientais, Lei Nº 9.605, de fevereiro de 1998, não somente soltar balões agora é crime, como também fabricar, vender ou transportar. A pena prevista é de um a três anos de detenção ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Caso a rede energia elétrica seja afetada pela queda de balões, a população pode ligar para 0800 28 00 120.


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