Cultivo Irrigado: método promete 3 vezes mais produtividade em áreas rurais

21/08/2022 10:55
Por Redação/Tribuna de Petrópolis

O mercado da agricultura tem crescido exponencialmente no país nos últimos anos. Com o avançar das tecnologias disponíveis, as formas de cultivo têm causado expressivas reduções de impacto no meio ambiente e despertando alternativas para outras metodologias de trabalho, que possam gerar custo-benefício para o agricultor e sua produção. Uma delas é a agricultura irrigada, técnica que tem se estabilizado no país de forma sólida e promete crescer ainda mais.

O trabalho é realizado com sistemas que disponibilizam a água, componente essencial para o desenvolvimento de cultivos, que não seja feito de forma manual. O método pode envolver sistema de aspersão, gotejamento ou outros, variáveis conforme o cultivo. Segundo o especialista em projetos da Irrigar Agri&Shop, José Neto, é necessário uma análise criteriosa para entender cada área de plantio e adequar para que a produção possa se desenvolver de forma mais rápida e recebendo a quantidade correta de água.

“Através desse rastreamento nós traçamos um perfil e realizamos projetos para selecionar o melhor sistema. Em tudo isso, levamos em conta o que vai ser cultivado. Hoje existem técnicas muito avançadas, como a automação, que facilita muito o processo. Em algumas regiões onde há plantios muito grandes, esse sistema é vinculado à estação meteorológica, onde a planta recebe a lâmina correta de água, levando a uma variável de luminosidade, evapotranspiração e umidade do solo. Tudo isso pode garantir uma redução de custos de grande impacto e retorno em pouco tempo, dadas as proporções das áreas de cultivo”, explica José Neto.

Segundo dados do Atlas da Irrigação, a área irrigada no país chega atualmente a 8,2 milhões de hectares, apenas 3% da área produtiva ocupada pela agropecuária no Brasil. Mas um relatório da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), indica que é possível um crescimento de 45% até 2030. De acordo com um estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), uma em cada nove pessoas no mundo não tem comida suficiente para levar uma vida saudável e ativa. Com isso, há a necessidade de um aumento real na produção de alimentos de cerca de 70%, o que poderia ser resolvido com a agricultura irrigada, que tem entre seus benefícios, a possibilidade de uma produtividade até três vezes maior do que em áreas de sequeiro.

Em todo o Brasil, a escassez de água tem feito os produtores rurais procurarem técnicas de agricultura irrigada . Em determinadas temporadas do ano em regiões específicas, como o semiárido, fica impossível produzir por conta de secas que atrapalham a produtividade do solo. A ideia da irrigação hoje é fazer com que haja nenhum desperdício, além de deixar o solo preparado para receber mais plantações.

“Esse processo é de extremo benefício também para o próprio sistema natural de produção. Ele evita a erosão do solo, o desperdício de água, não causa a lixiviação que é quando os nutrientes do solo são eliminados pelo excesso de água e acaba economizando um recurso que está em extrema degradação. Em muitos casos você coloca mais do que a planta precisa, matando aquele cultivo e perdendo a excelência. Se hoje você tem um cultivo de dois litros de água por dia, é um desperdício total usar 4, 8 ou mais que seja”, pontua o especialista.

Os projetos podem ser realizados pelos produtores, mediante acompanhamento e direcionamento dos produtos e equipamentos corretos. Em alguns casos, podem ser feitos através de projetos fixos, realizados para qualquer método de cultivo ou de forma móvel, com durabilidade menor e que depende da análise do que será irrigado.

“Os projetos são feitos de forma bem ágil. Um hectare em média, conseguimos traçar todo o trabalho, com 25 a 30 dias de execução. Com projetos direcionados dessa forma, a redução de custos é altíssima e a economia no valor agregado é altíssima. O produtor rural consegue quitar o projeto com o retorno que ele tem, de forma mais rápida, custeando toda a irrigação com o próprio material orgânico que é produzido”, finaliza José Neto.

Últimas