Cum Christo et cum Mariae In Pace Dom Cintra Bispo Emérito de Petrópolis
Elevo os pensamentos aos céus e bendigo a obra realizada pelo querido Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra, Primeiro Bispo de Petrópolis, fundador do Seminário Diocesano Nossa Senhora do Amor Divino (Padroeira da Diocese e do Seminário) que teve seu início em três de março de 1949. Dom Manoel me crismou na Capela de Nossa Senhora da Glória e Mártir São Sebastião em Hermogênio Silva, à época, Paróquia de Bemposta, hoje pertencente à circunscrição eclesiástica de Areal-RJ. Das ungidas mãos Sacerdotais de S. Exa. Revma. recebi por inúmeras vezes a Sagrada Eucaristia. Um desses momentos está registrado por ocasião de minha formatura pela Faculdade de Direito da Universidade Católica de Petrópolis em 14 de dezembro de 1974, instituição por ele amada desde a criação em 1953. (Faculdades Católicas Petropolitanas depois elevada a universidade). Os anos se passaram e foram diversos os momentos compartilhados em cerimônias religiosas e culturais, lembrança gravada no escrínio do coração. Afável, querido e voz suave. Uma bela criatura. Em Petrópolis exerceu com brilho e serenidade a atividade eclesiástica constante em anais, informes religiosos e meios de comunicação. Foi nomeado em 3 de janeiro de 1948, tendo sido o predecessor da criação da diocese. O sucessor de Dom Cintra foi Dom José Fernandes Veloso. O mandato de Dom Cintra perdurou de 1948 a 1984. A Ordenação presbiteral de Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra ocorreu em 26 de outubro de 1930 na Capela dos Dehonianos, a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. A nomeação episcopal, em 3 de janeiro de 1948 e, a Ordenação episcopal em 28 de março de 1948, em São Paulo por Dom Carlos Carmelo Cardeal de Vasconcelos Motta. O Lema episcopal de Sua Exa. Revma. “In Bonitate et Veritate”, isto é, “Na Bondade e na Verdade”. Uma breve síntese em seu brasão episcopal: “Os outros quartéis se prendem às famílias de que descendemos. O segundo da família Leme, oriunda de Flandres, que passou a Portugal com Martim Leme, no tempo de Afonso V, a quem serviu firmando nobreza. O terceiro reproduz o brasão da família Cunha, das mais antigas de Portugal, com solar no termo de Guimarães. O último encerra o emblema da família Araújo Cintra, que de Portugal onde tomou o brasão de aspa com besantes, se passou para o Brasil”. ( explicação atribuída a Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra.) Nasceu em Piracaia, interior do Estado de São Paulo nome de origem Tupi, linda cidade do Circuito das Serras e Águas e suas muitas belezas. Piracaia e a Igreja de São Paulo Apóstolo, em Roma, são as únicas duas igrejas no mundo que possuem todas as figuras dos papas pintadas no teto. Filho do ilustre casal Antonieta da Cunha Cintra e Cândido da Cunha Cintra (desembargador), descendência portuguesa, em 11 de novembro de 1906 e descansou no Senhor sob o manto da Santíssima Mãe do Divino Amorem 30 de março de 1999, aos 92 anos onde recebeu as mais significativas homenagens dos incontáveis fieis do rebanho de Cristo. Culto, voz fluente, extrema simpatia e suavidade, se destacam em seu vasto e multifacetado currículo e habilitação acadêmica Doutorado em filosofia e Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana. Seus restos mortais estão sepultados no interior da Catedral São Pedro de Alcântara cripta reservada aos Bispos Diocesanos. Compulsei de relatos sobre Dom Cintra um tópico proferido pelo Monsenhor Mário Correia Ferreira: “Dom Manoel merecia um alentado volume histórico, tão importante e vasta foi sua atuação em 36 anos de governo da sua primeira e única diocese. Seus merecimentos só Deus pode avaliar e já os terá recompensado, pois que Dom Manoel foi apóstolo, ‘servo bom e fiel’, exemplo de vida para o clero e ‘forma gregis’ entre o povo”. Impossível referir a Dom Cintra sem mencionar Nossa Senhora do Amor Divino e, o Seminário Diocesano, inaugurado apenas 11 meses depois de sua Ordenação Episcopal. Cum Christo et cum Mariae in pace Dom Cintra!