Daniel Kaluuya: ‘Eles não plantavam o ódio’

25/02/2021 07:30
Por Mariane Morisawa, especial para o Estadão / Estadão

Ping: Daniel Kaluuya, ator

Pensou que um dia veria essa história na tela?

Sempre acredito que tudo é possível. Acho que estamos tendo esta conversa porque tivemos Straight Outta Compton – A História do N.W.A., em 2015. O sucesso do filme gerou um impulso para o cinema negro e histórias e perspectivas negras, que levou a Corra!, depois a Pantera Negra e a Atlanta. Foram coisas ao longo de alguns anos que contribuíram para chegarmos a esse ponto. Então, sim, na mentalidade antiga, antes de Straight Outta Compton, podia parecer impossível, mas as pessoas disseram que queriam ver filmes com essa perspectiva. E, por isso, estou muito grato por estarmos aqui nesse espaço.

Por que o filme é tão relevante agora?

Acho que por estar lidando com a verdade e reeducando o público sobre o que era o Partido dos Panteras Negras, quem o presidente Fred era. Eles eram colocados como instigadores na época, foram antagonizados pelo “establishment”, que assassinou o presidente Fred. Portanto, agora é hora de reeducar e mostrar que, na verdade, os Panteras Negras não estavam plantando as sementes do ódio. Eles estavam curando os doentes, alimentando crianças, educando crianças, cobrindo assistência jurídica das pessoas. Eles estavam fazendo coisas incríveis para sua comunidade e derramando muito amor em sua comunidade.

Fred Hampton se definia como socialista, que é uma palavra complicada ainda hoje.

Sim, ele falava de um ponto de vista de compaixão. Geralmente, ouvimos de um ponto de vista muito intelectual. Nós não estamos dizendo a ninguém como pensar e sentir, apenas damos a informação do que ele dizia, defendia e fazia. E cada um pode chegar às suas conclusões sobre como se sente em relação a isso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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