Após ser condenado pelo STF e ter perdão de Bolsonaro, Daniel Silveira participa de ato em Niterói

01/05/2022 12:21
Por Vinicius Neder / Estadão

Pivô do mais recente embate do presidente Jair Bolsonaro (PL) com o Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) participou na manhã deste domingo, 1º, de um ato bolsonarista em Niterói, na região metropolitana do Rio. Condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por ataques à democracia e por incitar violência física contra ministros da Corte, o parlamentar disse que “a liberdade é mais importante que a vida”.

“A liberdade vale mais que a própria vida, um homem, uma mulher, sem liberdade não vivem, simplesmente existem”, afirmou. “Vamos viver e colocar o Brasil na liberdade que o presidente tanto sonha. Não tem nada que preocupe mais o presidente do que livrar o Brasil do socialismo que vem avançando.”

Manifestações de apoiadores do presidente Bolsonaro neste Dia do Trabalhador têm como mote a defesa da “liberdade de expressão” e o apoio a Silveira, que recebeu o perdão do presidente no dia 21.

Em Niterói, o ato ganhou contornos de campanha eleitoral. Silveira foi recebido aos gritos de “senador!” quando subiu no carro de som que acompanha a manifestação. Antes de o parlamentar chegar, o equipamento de som do trio elétrico tocou músicas de campanha exaltando Bolsonaro, inclusive paródias usadas nas eleições de 2018, com referência ao número 17, do PSL, partido pelo qual o presidente foi eleito.

Silveira, no entanto, continua impedido de disputar as eleições em outubro, segundo o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Em despacho na semana passada, Moraes afirma que o decreto editado por Bolsonaro não alcança a inelegibilidade ligada à condenação criminal, prevista na Lei da Ficha Limpa, conforme entendimento pacificado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nas redes sociais, apoiadores de Bolsonaro chamaram para outra manifestação no Rio, na orla de Copacabana, zona sul da capital fluminense. Ao microfone do carro de som, Silveira se despediu dos manifestantes de Niterói, anunciando que iria a Copacabana e, mais tarde, ao ato marcado para São Paulo, na Avenida Paulista.

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