De Petrópolis à Coreia: biomédica e especialista em estética, Kendy Werneck, fala sobre saúde, autoestima e bem-estar
Nos últimos cinco anos, o setor de estética cresceu 567% de acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. A biomédica e especialista em estética, Kendy Werneck, acredita que o crescimento do setor e o aumento da procura por procedimentos estéticos podem ser explicados pelo período de reclusão na pandemia, com o home office e as videoconferências, além de uma crescente no uso das redes sociais. “As pessoas começaram a se olhar mais em ângulos diferentes. Dessa forma, passaram a buscar por procedimentos que pudessem deixá-las [na visão delas] mais harmônicas.”
Recentemente, houve uma movimentação nas redes sociais sobre o uso exagerado de filtros. Eles estariam impactando negativamente a saúde mental das pessoas, principalmente das mulheres, contribuindo para uma visão distorcida de quem elas realmente são e anulando, por assim dizer, características intrínsecas, inclusive, comuns a outras pessoas da família: um traço diferente no nariz, um olho mais puxadinho, um queixo mais pontudo. Pergunto à biomédica como uma relação saudável com a estética pode contribuir para o equilíbrio nessa balança de expectativa exagerada em relação à própria aparência e o bem-estar em relação à imagem que se vê no espelho ou, neste caso, nas telas. Kendy, então, conta que a distorção da imagem tem se apresentado de forma constante em seu consultório. “Não existe pele perfeita, nossos lados da face são diferentes. Sempre procuro ouvir a queixa, o que de fato está incomodando. A partir disso, realizo uma anamnese minuciosa para saber todos os detalhes.”, explica. A biomédica ressalta, ainda, a necessidade de respeitar a anatomia e as características genéticas de cada indivíduo. Segundo ela, é possível melhorar os traços sem perder a naturalidade e a essência.
Mais do que olhar e gostar do que se vê
Para a biomédica, a busca pelo bem-estar está em todos os processos da vida. “Quando falamos em procedimentos estéticos não falamos apenas em olhar e gostar do que nós vemos no espelho. Não é apenas isso, é a busca pela elevação da nossa autoestima, permeada pelo autocuidado e pelo amor próprio.”
Milagre? Não mesmo, trabalho em conjunto
Quando se fala em rejuvenescimento, quase sempre, as pessoas têm uma ideia “milagrosa” dos procedimentos estéticos. Pergunto à Kendy o que ela pensa sobre este assunto. “Não existe milagre, é um trabalho em conjunto: paciente e profissional, e isso pode levar tempo para atingir o resultado final. Aliás, a estética não pode nunca se sobrepor à saúde e anatomia de cada paciente.”, conclui.
De Petrópolis à Coreia
A petropolitana de coração, como ela mesma diz, já que mora na cidade desde os 6 anos, foi convidada recentemente para ir à Coreia, acompanhar de perto a manufatura de um fio de sustentação. A viagem rendeu até uma certificação internacional. Pergunto a ela como foi essa experiência. “Foi indescritível visitar as indústrias que produzem os fios, os preenchedores e a toxina botulínica. Não sei descrever em palavras o sentimento de assistir às aulas de anatomia em fresh frozen specimen com o maior anatomista do mundo, Phd Hee-Jim Kim, participar de práticas clínicas com o criador dos fios tecnológicos (Matrix), Phd Hoon-Bum Lee, e ter aula teórica e prática com o grande Dr. Hyuong Moon Kim.”, conta orgulhosa.
Questionada sobre o que é necessário saber antes de realizar qualquer procedimento estético, Kendy explica que é fundamental, primeiro, pesquisar se o profissional é habilitado. Depois, se o procedimento é realmente necessário e, por último, se a anatomia do indivíduo será respeitada durante o procedimento.
Kendy Werneck é Biomédica, Especialista em Estética, Patologista e Mestre em Biotecnologia.