Decisão sobre o relógio de Lula expôs TCU, avaliam integrantes da Corte de contas

09/ago 15:23
Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

A polêmica sobre as joias e relógios presenteados ao então presidente Jair Bolsonaro tem tudo para durar um bom tempo. A decisão por maioria na sessão de quarta-feira, 7 – que permitiu a Lula ficar com um relógio Cartier que lhe fora presenteado pela joalheria em 2005 – incomodou outros membros do Tribunal.

Eles entendem que será inócua e servirá apenas para expor a Corte, além de ter irritado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo uma fonte do tribunal, quem dará a palavra final sobre o caso será o Supremo Tribunal Federal (STF), que está com todo o inquérito sobre o caso das joias de Bolsonaro.

Logo após o término do inquérito da PF – que indiciou Bolsonaro e outras 11 pessoas por participarem de um esquema de venda ilegal de joias – a defesa do ex-presidente começou a tentar traçar um paralelo entre os presentes recebidos por Bolsonaro e o relógio de Lula, pedindo à Procuradoria Geral da República (PGR) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o caso seja arquivado.

O TCU, na sessão de quarta-feira, decidiu por maioria aceitar a representação do deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) e entendeu que Lula pode permanecer com o relógio Cartier por não haver uma legislação que determine quais são os presentes considerados personalíssimos e quais devem ser entregues para o patrimônio da União. Se não há para Lula, tampouco pode haver para o ex-presidente que espera pela publicação do acórdão para pedir de volta as joias.

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