Decreto que desapropriou Casa da Morte perde a validade em agosto
Por falta de recursos o decreto municipal expedido em agosto de 2012 que determinava a desapropriação da Casa da Morte perde a validade no próximo dia 23. O objetivo era tornar o imóvel utilidade pública e criar no local um centro de memória e pesquisa sobre o período da ditadura militar. A Casa da Morte, localizada no bairro Caxambu, serviu de centro de tortura onde mais de 20 pessoas desaparecidas podem ter sido assassinadas.
Em nota a Comissão Municipal da Verdade de Petrópolis (CMV) afirmou que continua empenhada em buscar recursos para a desapropriação do imóvel e enquanto isso não acontece, a alternativa seria o tombamento do imóvel. "Na semana tivemos uma reunião com várias instituições e solicitamos à Prefeitura o tombamento da casa. Essa medida iria preservar o local e manter as suas características da época em que era usada como centro de tortura", disse o membro e pesquisar da CMV, Roberto Schiffler.
Além do CMV, participaram das reuniões a Procuradoria-Geral do município de Petrópolis, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, o Ministério Público Federal (MPF) e o Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH).
"A Comissão Municipal da Verdade acredita na importância do local se tornar um Memorial pela Memória, Verdade e Justiça, para que os crimes ocorridos naquela época, não se repitam. O grupo continua empenhado em buscar recursos para a desapropriação do imóvel", ressaltou Roberto.
A Casa da Morte fica na Rua Arthur Barbosa e é conhecida nacionalmente como um local que funcionou clandestinamente, entre 1971 e 1973. A presa política Inês Etienne Romeu, que morreu em 2015, era a única sobrevivente do centro de tortura e as suas participações nas reuniões da Comissão Nacional da Verdade possibilitou a identificação de seis torturadores da casa.