Definição dos pilotos para os Jogos 2016 aumenta esperança por medalha
Pela primeira vez na história do mountain bike brasileiro, os atletas conquistaram duas vagas nos Jogos Olímpicos através da classificação pelo ranking mundial. Desde que o Ciclo Olímpico foi aberto, em 2014, os competidores lutam para conquistar os pontos necessários para representar o mountain bike no Rio 2016. Na condição de país sede, duas vagas estavam garantidas, uma para o masculino e outra para o feminino. Porém, o objetivo dos atletas cresceu quando viram a possibilidade de conseguirem a segunda vaga. Com a Copa Internacional Levorin de Mountain (CIMTB Levorin), a competição que mais soma pontos para o ranking da União Ciclística Internacional (UCI) nas Américas, foi possível a realização desta meta. Os convocados para disputar os Jogos 2016 foram o petropolitano Henrique Avancini, Rubens Donizete e Raiza Goulão. Os suplentes são Ricardo Pscheidt e Isabella Lacerda. No sistema de classificação através do ranking para o masculino países que ficassem entre o 1º e 5º lugar no ranking das nações, teriam três representantes. Entre o 6º e o 13º lugar, dois competidores e do 14º ao 23º, um atleta. O Brasil finalizou em 13º lugar no ranking das nações com 3.583 pontos. Quase 30% dos pontos foram conquistados pelos atletas na CIMTB Levorin. “A CIMTB Levorin é uma grande oportunidade para os brasileiros. Hoje temos provas com classe alta, o que atrai atletas mais fortes. Uma disputa de nível mais alto, junto com a possibilidade de buscar pontos sem ter que investir tempo e recursos, é uma grande vantagem”, afirmou Henrique Avancini. O atleta contou que viu que seria viável o Brasil conquistar duas vagas nos Jogos 2016 quando terminou a temporada de 2013 em 15º lugar no ranking da UCI. “Era imprevisível, principalmente porque teríamos um conflito de gerações dos mais velhos com os mais novos. Além disso, quando tive uma lesão em 2015, foram quase quatro meses sem nenhuma pontuação significativa. Mas consegui retornar aos bons resultados com constância e contribuir pra segunda vaga”, disse. Segundo Henrique, esta conquista se deve ao trabalho de equipe feito entre os atletas e Confedera- ção Brasileira de Ciclismo. “De fato é uma grande conquista. É a primeira vez que classificamos dois atletas através do sistema de ranking. Eu fico orgulhoso de ter contribuído pra isso. Eu já tinha uma vantagem suficiente pra estar garantido nos Jogos, mas eu tinha essa meta e sei que seria ótimo pra Confederação e pra nossa modalidade. Além disso, foi uma conquista merecida pois a Confederação fez um bom trabalho junto com o Rubinho e o Pscheidt”, afirmou.
De acordo com a convocação, o segundo representante será Rubens Donizete Valeriano. O atleta irá competir na 3ª Olímpiada da carreira e confessa que chegou a pensar que o sonho não seria possível. “Eu comecei a temporada de 2016 com um rendimento muito baixo. Não conseguia desenvolver nas competições e depois, um fisioterapeuta descobriu que eu estava com início de lesões nas duas coxas. Fiz um tratamento intensivo e consegui recuperar. Até agora não caiu a ficha”, disse. O trio que conquistou a segunda vaga para o mountain bike nos Jogos 2016 se completa com Ricardo Pscheidt. O atleta que participou de uma maratona de competições afirma que está muito feliz em fazer parte desta conquista. “Fiquei muito feliz, mesmo porque eu sei que contribui de forma direta pra isso. No início, quando soltaram o critério que definiu qual o atleta que seria convocado, nesse momento eu estava 140 pontos atrás do Rubinho que era meu concorrente na vaga olímpica. Eu decidi fazer as provas, correr atrás das competições e eu fiz uma maratona de competições, também pelo sonho de representar o Brasil. Finalizei como o segundo atleta no ranking UCI. Sou o segundo atleta que mais pontuou nesse ciclo olímpico. Infelizmente não consegui a vaga, fiquei um pouco chateado, por ser um sonho, mas de qualquer forma eu sei que contribuí de forma direta”, afirmou.
Ricardo afirma que espera que a conquista da segunda vaga através do sistema do ranking mundial seja o início de um novo momento para o mountain bike brasileiro. “Nos últimos Jogos Olímpicos, o Brasil sempre ficava no limite ou próximo dele. Ou ficava em 22º ou em 23º, sempre no limite para conseguir uma vaga. Eu, assim como Rubinho, não somos atletas novos. Nesses últimos anos no XCO, eu acho que houve uma evolução tanto para nós como atletas, como no nível do mtb brasileiro. Tomara que seja realmente um marco histórico e que daqui pra frente o Brasil dê mais atenção ao ciclismo e ao mtb e que saibam que tem muito atleta com qualidade e ótimas perspectivas de representar o mtb de forma melhor do que a gente representou. Que os atletas que venham atrás da gente consigam fazer mais que a gente fez”, finalizou. O organizador da CIMTB Levorin, Rogério Bernardes, afirma que este foi um grande passo no mountain bike brasileiro. “Mais importante do que ter conseguido as duas vagas no masculino, foi ter conseguido através da pontuação. O Brasil está de parabéns. A CBC fez um ótimo planejamento para alcançar este resultado. Além disso, no feminino, a Raiza, Isabella e Vivane também estão de parabéns pelos resultados”, afirmou.