Demolição desastrada no Quitandinha

27/03/2016 10:30

As escavações de uma obra na rua General Rondon,próximo ao número 515, em área que faz parte do projeto original do Quitandinha, são alvo de protestos de moradores e provocaram problemas também na Rua Guatemala.Um trecho de 10 metros da rua deslizou e provocou rachaduras no muro e no terreno da casa vizinha. O problema já acontece há mais de 15 dias e, segundo os moradores do bairro,a situação da rua piorou nessa última semana. Eles questionam ainda sobre a regularidade da construção,já que não foi colocada nenhuma placa no terreno. A Defesa Civil foi acionada e uma multa de cerca de 20 mil foi aplicada. O proprietário e responsável terá de fazer a reconstrução da via e também arcará com os reparos do muro do vizinho.O trânsito da rua Guatemala está funcionando em meia pista e os carros passam por um trecho de aproximadamente 2m. Somando acalçada com a via, o local tem cerca de 4 m de obstrução, com cerca de 10 m de extensão. O muro do terreno apresenta ainda várias rachaduras. O proprietário da casa ao lado, Gustavo Duarte, disseque a obra começou a ser feita há cerca de três meses,mas os problemas se agravaram após a queda do muro.“Os problemas foram acontecendo aos poucos. Primeiro caiu o muro e depois um pedaço da rua, há duas semanas percebi as rachaduras na minha churrasqueira e no terreno. Não é novidade para ninguém, todos sabem que é um aterro. Questionei o responsável da obra, ele disseque o que fez cair foi ter demolido a casa do caseiro que não tinha fundação. Eles disseram também que já haviam colocado ferragem, mas que não conseguem a sustentação pela terra estar molhada. É porque ontem e hoje não choveu, se tivesse chovido teria caído mais. Não estamos dormindo aqui, tenho um filho de dois anos e estamos na casa da minha mãe desde o sábado retrasado”, fala.O presidente da Associação de Moradores do Bairro Quitandinha disse que o terreno onde a obra está sendo realizada foi vendido e a partir de então uma grande quantidade de caminhões começou a circular no local. Ainda segundo ele, não há nenhuma licença para a construção. “Aqui é a entrada da cidade e todos os órgãos responsáveis – Prefeitura,Defesa Civil, Instituto Estadual do Patrimônio Cultural(Inepac) e Iphan – viramo que estava acontecendo e ninguém fez nada. Uma obras em licença e sem fiscalização causou esse tipo de dano. Depois que mexeram no aterro aconteceu o óbvio, a rede de manilhamento foi obstruída e a terra está molhada. Sem falar no cabo óptico da rede de internet,que é o entroncamento principal que liga Petrópolis ao Rio de Janeiro”, diz.De acordo com Zanoni, é de interesse da associação conhecer o projeto arquitetônico do prédio, já que a área vizinha do Hotel Quitandinha é tombada pelo Inepac. “Não tem ninguém trabalhando para resolver o problema da casa do Gustavo ou da rua. É óbvio que não tem projeto de contenção. Queremos conhecer o projeto de arquitetura tendo em vista a legislação específica para o bairro prevista pelo Inepac”, diz.O proprietário do terreno é o empresário Alex Scherer Hammes, que disse que o projeto é construir uma loja de automóveis importados e comentou sobre os últimos acontecimentos. Moradores dizem, no entanto, que um andar inteiro do prédio projetado seria destinado à instalação de uma igreja. “A obra tem o alvará de demolição, já tramitou na Prefeitura e está sendo avaliada no Inepac. O que aconteceu foi a danificação porque o aterro é ruim. No que demoliu a casa, desceu a rua e o muro do vizinho. Já convocamos a Secretaria de Obras e a Defesa Civil para apresentarmos o croqui da obra, para que me autorizem intervir em situação emergencial para que não piore o problema”, declara.A Secretaria de Proteção e Defesa Civil informou que fiscais do Núcleo de Fiscalização de Obras Particulares estiveram no local e multaram o responsável por realização de intervenção sem autorização da Prefeitura. A multa está prevista no Código de Obras.O município esclareceu que o alvará concedido permitia apenas a demolição de um imóvel existente no local,mas a intervenção excedeu a autorização. O responsável técnico foi notificado a apresentar,em três dias, projeto para contenção da rua e estabilização do terreno, garantindo segurança.

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