Depois da greve, longas filas de espera no posto de vistoria do Detran
Terminada a greve no posto do Detran, no Alto da Serra, os motoristas agora têm dificuldades para conseguir realizar a vistoria. Como se já não bastasse a demora para fazer o agendamento pela internet, a espera na fila para revisão, mesmo com hora marcada, passava de duas horas na manhã de ontem.
Victor Vieira, motorista executivo, levou quatro horas para fazer vistoria e pegar os documentos. “Minha vistoria estava marcada para 8h. Aí peguei e cheguei às 7h30. Me adiantei justamente para poder facilitar a vida e conseguir vaga na fila, porque já sei que demora. O problema é que, ao chegar na rua do posto, vi que a fila estava lá embaixo.” contou.
Em meio ao tumulto, Victor demorou pelo menos três horas para chegar na sua vez. E depois de fazer a vistoria ainda ficou aguardando a documentação por quase 50 minutos. Foram quase quatro horas para concluir a vistoria. “Demorei 50 minutos só na finalização. Saí de lá 11h20. Isso é uma vergonha. Esse é o nosso Rio de Janeiro. Perdemos ou a manhã toda, ou a tarde toda para fazer algo que é obrigação. E quem trabalha o dia todo? Como faz. Tudo que é do Estado não funciona”, completou.
O mecânico conhecido como “Tatai” reclama também do agendamento online. “O agendamento online está muito ruim. Eu tentei por mais de cinco dias e só consegui ontem. A gente acaba ficando prejudicado. Mas sabemos que isso tudo é culpa do Estado, porque esse tumulto todo foi provocado pela greve dos funcionários que não estão recebendo direito”, disse.
Segundo alguns motoristas, o tumulto ontem foi ainda pior porque um dos equipamentos que realiza aferição acabou quebrando, e isso atrasou toda a agenda do dia. “O equipamento quebrou e foi um tumulto danado isso aqui”, completou.
Na tarde de ontem a situação já estava um pouco melhor. Não havia fila grande, mas ainda tinha descontentamento. “Todo ano é a mesma coisa. Está chato já isso. A gente tem que fazer isso toda vez, e enfrentar essa fila enorme”, disse Paulo Luiz Mello, corretor de imóveis.
A Tribuna procurou o Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran) mas até o fechamento dessa reportagem não obteve uma resposta.