Depois de anos sofrendo com alagamentos e falta de limpeza dos rios, Praça de Corrêas ganha estudos iniciais para a revitalização

21/10/2022 10:43
Por Helen Salgado

Há anos Corrêas sofre com os alagamentos nos períodos de chuva em Petrópolis, situação que se intensificou com as intervenções antrópicas sofridas, tais como alteração de suas margens e meandros, ajuste de seu assoalho e acumulação de resíduos que dificultam o funcionamento das infraestruturas cinzas.

Com o intuito de conseguir o melhor resultado para o local, foi feito pela equipe do curso de Arquitetura e Urbanismo da Estácio Petrópolis com orientação dos professores Paulo Igreja e Luiz Felipe Caldeira, responsáveis pelo Rizoma – agência experimental do curso no campus – um diagnóstico para entender o impacto ambiental que a praça recebe, visto que ela se encontra em uma região de várzea, encontro dos rios Piabanha e Bonfim, recebendo um volume considerável nas épocas de cheia.

As discussões vêm sendo lideradas pelo presidente da Associação de Moradores – Sérgio Mattos, pelo representante da Rizoma, professor Luiz Felipe Dutra Caldeira e pelo representante do Corrêas Sustentável – o engenheiro Luiz Eduardo Basílio.

Desenho: Jefferson Rosa de Oliveira

O professor Luiz Felipe Dutra Caldeira disse que, antes de fazer qualquer proposta, foi feito um levantamento para entender como funciona a praça, a fim de que a comunidade e os representantes da Associação de Moradores e do Corrêas Sustentável entendam qual é a função natural daquele espaço livre.

“Em um cenário maior, o Escritório Modelo está agindo junto a Prefeitura para pensar em Soluções Baseadas na Natureza, associando às soluções existentes na cidade com o objetivo de amenizar os impactos negativos causados por esses fenômenos naturais intensificados com a alteração descontrolada do ambiente natural”, diz o professor Luiz Dutra.

O primeiro estudo de impacto ambiental foi apresentado para os representantes no mês de outubro. Na ocasião, foi debatido a conscientização feita pela Estácio aos próprios representantes a respeito da função da praça.

“A partir disso, a gente seguiu para fazer uma proposta, um estudo de alguma modificação da praça e que surgiram, na verdade, duas opções. Uma opção é mais viável e a outra é uma opção mais drástica, mas que deve resolver melhor a questão do trânsito ali”, conta. “Ainda será necessária uma avaliação multidisciplinar para se chegar a uma conclusão mais acertada”, completa.

Desenho: Jefferson Rosa de Oliveira

O professor ressalta que essas propostas iniciais ainda não foram desenvolvidas porque antes de dar seguimento a elas, é necessário que a comunidade, não apenas os representantes, tenham conhecimento do que está sendo feito.

“Então para isso, a gente vai precisar ir para campo, fazer entrevista com a população em geral, ter uma amostragem da opinião pública, e a partir disso é que será desenvolvido uma dessas duas propostas”, afirma Luiz Dutra.

Para o projeto em si, a Associação de Moradores de Corrêas irá precisar contratar uma equipe multidisciplinar para executar o trabalho e entregar a prefeitura ou a própria prefeitura vai encomendar o projeto.

Sobre o Rizoma

O escritório modelo Rizoma foi criado em maio de 2015 no curso de Arquitetura e Urbanismo da Estácio Petrópolis. O coordenador do projeto é o professor Dr. Paulo Antonio Pereira Igreja, e o arquiteto e professor, MSc. Luiz Dutra, que atua como orientador de projetos. Atualmente, a Estácio credencia o escritório modelo como agência experimental. Dessa forma, o Rizoma reúne os laboratórios e os projetos de pesquisa do curso de Arquitetura e Urbanismo.

O Rizoma já recebeu dois prêmios no Concurso ATHIS EMAUs realizado pelo CAU/RJ visando o evento da UIA 2020. Para compor a equipe, a cada semestre, cinco novos membros são selecionados. Atualmente, a equipe conta com mais de 50 colaboradores entre alunos, professores e arquitetos.

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