01/jul 15:31
A Tribuna FM recebeu, nesta segunda-feira (1º), o deputado federal Hugo Leal, que analisou o cenário político atual da cidade, com vistas para a eleição deste ano, e comentou sobre o imbróglio do ICMS. A entrevista, comandada pelo locutor Claudio Florio, também abordou sobre a nova concessão do trecho Rio/Juiz de Fora da BR-040 e os desdobramentos sobre o assunto, como possível previsão de preço da nova tarifa; o projeto da ligação Bingen/Quitandinha também foi pauta do bate-papo.
Confira os principais trechos e assuntos da entrevista:
Concessão da BR-040
“A última decisão do Tribunal de Contas da União encerrou qualquer pretensão da Concer de se manter na exploração do trecho. Isso abriu a discussão para a realização de uma nova licitação. Para fazermos as alterações necessárias, a hora é agora. De qualquer forma, a prioridade é a construção do túnel na subida da serra. A culpa de todo o atraso e dos prejuízos é exclusiva da concessionária atual, que só está atuando por conta de uma decisão judicial, o que é um absurdo. Ela deixou de investir nas melhorias para investir em advogados. Estamos nos mobilizando para que a obra comece já no primeiro ano após a nova concessionária assumir. Sobre a tarifa do pedágio, queremos um número que seja equilibrado como se tem no país todo. A previsão atual é de R$ 18,66”, afirmou Hugo Leal.
Ligação Bingen-Quitandinha
O deputado também falou sobre a ligação Bingen-Quitandinha, ponto sempre citado no município com relação a mobilidade urbana. “Infelizmente, não temos nenhuma novidade. É muito difícil sair essa obra por passar por uma área com muito fluxo. Quando se faz um túnel em mão invertida é um risco muito grande e isso já foi comprovado. Então, todas as vezes que isso é discutido, as pessoas acabam empurrando para frente por não querer assumir o risco. Quando o túnel da subida da serra sair, a ligação deve se tornar bem mais possível”.
Recursos destinados a Petrópolis
Hugo Leal contou também sobre os recursos federais obtidos para Petrópolis: “Apenas em 2024, foram quase R$ 3 milhões, divididos para Saúde e Assistência Social. Na Assistência Social, fizemos uma divisão para as instituições da cidade, como Apae, Gaape, creches e outros locais que atuam nessa área. Na Saúde, investimos sempre por ser a maior demanda da população. Com os tomógrafos digitais, zeramos as filas da mamografia. Aos poucos, vamos conseguindo enviar os recursos para o município. No somatório dos anos de mandato, foram mais de R$ 130 milhões”.
Debate sobre obras
“Na próxima semana, devemos trazer técnicos e o secretário executivo do Ministério das Cidades para fazer um debate sobre as obras dos últimos cinco anos feitas pelo Governo Federal aqui em Petrópolis, tanto as que já foram entregues, quanto as que foram só anunciadas. Vamos chamar as entidades para que possa ser entendido o que está sendo feito e o retorno dos investimentos”, contou.
ICMS
“Ontem foi concedida uma liminar dentro dessa questão do ICMS. Eu ainda considero uma decisão equivocada e que não foi prudente assumir uma responsabilidade dessas. O prefeito entra em uma disputa com a empresa, sendo que deveria ser com o Governo do Estado, que é o responsável pela distribuição. Temos que ficar atentos, já que o valor recebido a mais terá que ser devolvido. A tese defendida foi equivocada e a conta terá que ser paga. A decisão ajudou para não haver a queda abrupta, mas, repito, a tese defendida foi equivocada por mexer com um tributo que não é responsabilidade do município”, afirma o deputado.
Cenário político petropolitano
Hugo Leal ainda disse sobre sua visão na corrida pelo cargo de prefeito de Petrópolis. “Eu sempre elogio os candidatos e acho bom ter várias opções. O atual prefeito possui um desgaste maior, apesar de ter uma grande experiência. O Hingo Hammes, foi prefeito interino e terá o primeiro teste efetivo para este cargo. O Yuri Moura também tem feito o seu trabalho dentro do seu posicionamento. Eu vi com simpatia a volta do Leandro Sampaio ao cenário político. É uma pessoa com experiência, que conhece a cidade. Ainda tem o Eduardo do Blog. Isso dá um caldo bom para o debate. Na eleição, 20% é razão e 80% é emoção. Então vamos ver quem desperta mais emoção no eleitorado. Independente do vencedor, estarei sempre aberto ao diálogo”.
Crescimento de abstenções
Finalizando, o deputado deu sua opinião sobre o crescimento no número de abstenções registrados nas eleições. “Isso é grave. Eu chamo de ‘Síndrome da Letra D’. O eleitor fica desanimado, desalentado, desiludido. Eu vivi em uma época em que o desejo era poder votar. Agora, as pessoas desanimaram e isso é preocupante. Com as abstenções aumentando cada vez mais, somadas aos votos brancos e nulos isso ocorre. Na cidade, teremos um leque de opções. Acredito que é preferível errar do que ser omisso”.