Desenho urbano toma forma nas ruas do Rio de Janeiro

16/04/2022 10:07
Por Redação/Tribuna de Petrópolis

Nessa sexta-feira (15) foi comemorado o Dia Mundial do Desenhista. E no Rio de Janeiro, o Coletivo Muda, evidenciado no próprio nome de batismo, tem mudado a forma de enxergar o território urbano por meio do desenho. Através da apropriação do espaço público, as intervenções artísticas contemporâneas vêm dando uma nova cara às ruas e murais das cidades fluminenses.

Criado em 2010, o grupo é formado pelos designers Bruna Vieira e João Tolentino, e pelos arquitetos Diego Uribbe, Duke Capellão e Rodrigo Kalache, todos do Rio de Janeiro. Os artistas são conhecidos por trabalhar essencialmente com azulejos, realizando experimentações gráficas com estética geométrica e abstrata. Durante os 12 anos do Muda, mais de 500 intervenções já foram entregues.  

No início deste ano, foi a vez da Biblioteca Parque Estadual (Centro) passar por uma transformação pelas mãos do Coletivo. Os artistas foram convidados para realizar o trabalho através do projeto de urbanismo tático Rua Walls, e entregaram a nova fachada do prédio com um mural de 800m² de intervenção.

“Na Biblioteca Parque nós buscamos uma integração entre o objeto arquitetônico e os transeuntes. A Avenida Presidente Vargas é uma das mais movimentadas do Rio, e nós queríamos fazer uma intervenção que fale desse deslocamento. Por isso, criamos um painel cinético que se transforma à medida que o observador vai percorrendo pela arte”, explica o designer João Tolentino. 

A ação, patrocinada pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, homenageou o centenário da Semana de 22, ocorrida na cidade de São Paulo entre os dias 11 e 18 de fevereiro daquele ano.

História

De acordo com João Tolentino, o coletivo foi formado por acaso, a partir de um convite para realização de um trabalho em piso. Durante a investigação do material, o grupo teve a ideia de criar desenhos complexos a partir de módulos simples e não parou mais.

“Nos apaixonamos pelo processo e pelos resultados dos estudos, e resolvemos buscar uma forma de fazer esse tipo de experimento nas ruas e espaços públicos, como uma intervenção. Nosso trabalho é um feito de dez mãos, em que cada um participa do processo criativo e de execução. Nossa base estética e o trabalho em equipe nos permitem construir grandes coisas”, concluiu.

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