Deslizamento atinge casa no Bela Vista
Na tarde da última segunda-feira (29) um novo deslizamento, na rua João Barcelos, no bairro Bela Vista, atingiu a mesma casa que já havia cedido no dia 15 de janeiro com as chuvas fortes que atingiram Petrópolis. Na ocasião duas casas foram interditadas pela Defesa Civil e os moradores ficaram durante um mês na casa de familiares. No entanto, o novo deslizamento levantou mais uma vez não só a questão do aluguel social, já que a família não foi assistida pelo programa, como o perigo que a situação da encosta oferece aos moradores da localidade.
Com a chuva forte que atingiu a cidade na tarde de ontem não demorou muito tempo para mais uma parte da estrutura da casa ceder. Desta vez parte da cozinha da casa do Sr. Antônio José Abreu Pereira, cedeu por volta das 17h. A Defesa Civil foi acionada após o incidente, porém até o início da tarde de ontem, ninguém foi até o local para verificar a situação que coloca em risco quem passa pela rua.
Dona Cristina Maria Salgueiro, que mora em frente ao local contou que viu quando a terra começou a deslizar. “Subiu muita fumaça no meio da chuva e na hora liguei para o Antônio para contar. Meu cunhado tinha acabado de chegar em casa com a filha pequena e foi por muito pouco que a barreira não caiu em cima deles e causou uma tragédia. Depois do deslizamento ligamos várias vezes também para a Defesa Civil, mas disseram que a interdição já tinha sido feita e que não tinham mais nada o que fazer”, fala.
O primeiro deslizamento deixou os moradores desabrigados e desde então eles não foram assistidos pelo aluguel social. Segundo Sr. Antônio os pedidos foram feitos a Setrac, porém como não receberam o auxílio e a família do aposentado está se apertando para pagar o aluguel. A única renda da família é a aposentadoria, já que a esposa é dona de casa e a filha é menor de idade.
“Perdemos o que tínhamos, eram três casas aqui e desde janeiro eu minha esposa e filha estávamos na casa da minha cunhada. Minha outra filha está na casa da sogra. Já fizemos o pedido do Aluguel Social à Setrac, mas ainda não entraram em contato. Além disso, quando ligamos pra lá falam que não podem fazer nada porque o governo estadual não fez o repasse e falta recurso. Ficamos um mês na minha cunhada, mas não tinha como ficar mais tempo porque era muita gente na casa. Agora estamos pagando um aluguel de R$500 para um amigo aqui do bairro”, contou o Sr. Antônio.
No último domingo o banheiro da casa da filha do Sr. Antônio caiu e na segunda-feira foi a cozinha da minha casa. Agora todos temem que outros escorregamentos atinjam alguém. “O problema não é só cair, mas machucar alguém. Colocaram as fitas aqui, mas o pessoal tira porque precisa passar. Precisamos de uma solução para este barranco”, afirma.
Sr. Antônio não chegou a perder os móveis, pois no primeiro deslizamento de terras, logo pela manhã seguinte, os vizinhos ajudaram na retirada. A escada de acesso à igreja foi tomada pelos escombros que ainda não foram retirados e podem cair a qualquer momento, já que as chuvas continuam e a terra está bem molhada.