Deus e o diabo na terra da internet

19/04/2016 12:00

No início se jogava o jogo de paciência no computador. Era um tormento para as empresas. Os empregados perdiam a noção e a toda hora estavam nesse joguinho. A internet no Brasil estava nos passos iniciais. Redes sociais não existiam. As coisas evoluíram. A disponibilização da internet para diversos equipamentos tem causado caos absoluto nas empresas e nas nossas vidas. Que inferno essa internet!

Uma das formas que utilizamos para administrar nossas empresas, nossas vidas e educamos nossos filhos, é usar o bom senso ou técnicas/experiências/conhecimentos que nos foram passados pelas escolas, formais ou informais, ou ensinadas por nossos chefes e pais. No caso da internet, tudo é muito novo. Não aprendemos isso com ninguém do passado e, portanto, vamos resolvendo as confusões decorrentes dela no método da tentativa e erro. E haja erro para corrigir. Que inferno essa internet!

Não sabemos como fazer nossos filhos pararem com essa ganância de redes sociais e fones de ouvido. Nas empresas é a mesma coisa: empregados tic-tac nas telas dos celulares, fones de ouvido para dar e vender e terminais enviezados nas mesas de trabalho para que do corredor ninguém veja a telinha. Solução simples, dura e não educadora: bloqueio de acesso a sites específicos nas redes da empresa. Na nossa casa usamos o famoso “bloqueio dos pais”. Até aí tudo bem. Mas e quanto ao acesso da internet nos celulares? Simples: não se disponibiliza a rede sem fio corporativa ou de nossa casa a esses equipamentos. Resolvido? Nada! Esses equipamentos tem acesso próprio à internet. Que mato sem cachorro esse! Que inferno essa internet!

Mas que paraíso essa internet! As empresas reduziram custos enormes com ela, pois a comunicação entre os diversos parceiros (clientes, fornecedores, entes legais) ficaram rápidos e baratos. Viagens para reuniões presenciais reduziram drasticamente via as tele-conferências ou comunicações via skype. Situações que antes levavam uma eternidade para serem resolvidas hoje se resolvem rapidamente. E o e-mail virou documento reconhecido. Que céu essa internet!

Com a internet falamos com nossos filhos a qualquer hora, conseguimos rastreá-los. Falamos com nossas famílias que moram fora todo dia e acompanhamos nossos sobrinhos crescer como se lá estivéssemos. A família consegue se manter unida. Criou-se a rotina de horário para falar com os entes queridos espalhados pelo mundo. Eu, particularmente, em 1998, fiz toda uma negociação salarial, com um Diretor de uma empresa americana que por fim trabalhei, por e-mails. Que céu essa internet!

Essa Dona Internet é cheia de nuances estranhas. Da mesma forma que estamos no céu, nos aprofundamos no inferno na mesma proporção. Ela é tanto do bem quanto do extremo mal. O que nos resta é saber utilizá-la, controlá-la e educar as pessoas que estão a nossa volta a utilizá-la de forma correta. O difícil é que nós não sabemos conduzir isso!

Vamos proibir nossos colaboradores de usar o celular no horário de trabalho? Mas eles não vão no banheiro? Vamos proibir nosso filhos de usar as redes sociais e os celulares? Mas nós mesmos não caimos em tentação e damos uma olhadinha quando o bicho toca e estamos no restaurante?

Essa internet é demais. Do céu ao inferno na velocidade da luz!

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