‘Dexter: Pecado Original’ mostra como tudo começou para o serial killer

14/dez 10:34
Por Matheus Mans / Estadão

Foi no meio da conversa com os atores Patrick Gibson, Molly Brown e Christian Slater, em visita ao Brasil para a CCXP 2024 na última semana, que a luz do pavilhão em que o evento estava acontecendo acabou. A sala de entrevistas ficou no escuro. Patrick Gibson, ator que interpreta a versão mais jovem do Dexter na série Pecado Original, que estreia no Paramount+ nesta sexta-feira, 13, já tratou de se livrar de qualquer suspeita. “Se alguém aparecer morto quando a luz voltar aqui na sala, a culpa não é minha”, disse ele, aos risos.

A conversa foi cortada ao meio e a luz não voltou a tempo. As entrevistas com o elenco tiveram que ser realocadas em outra área da CCXP, com luz natural. Mas o humor dos atores não mudou com o fim da luz: apesar do calor pela falta de ar condicionado no local, o elenco se mostrou empolgado em falar mais sobre a série, grande aposta da Paramount.

Mas por que outra produção sobre Dexter? Já foram mais de 90 episódios da série original, além de Dexter: New Blood. “É um personagem tão divertido”, justifica Christian Slater, pai adotivo de Dexter na produção – e uma das melhores coisas na história. “[É um personagem] tão misterioso e você quer continuar explorando isso. A série original começou esse processo, e [Pecado Original] dá uma visão mais profunda da jornada do Dexter”.

Para os fãs de Dexter, é bom entender que Pecado Original tem uma pegada diferente. Afinal, o protagonista não está no auge de sua forma como esse assassino que caiu nas graças do público, mas sim aprendendo a cometer seus crimes sem deixar rastros por aí.

Assim como Slater, Dempsey e Sarah Michelle elevam o tom da série. Ele é Aaron Spencer, capitão da Divisão de Homicídios de Miami – e que tem um relacionamento de décadas com Harry Morgan, personagem de Christian Slater. Já Sarah Michelle é Tanya Martin, chefe de CSI do Departamento de Polícia de Miami e nova chefe do jovem estagiário Dexter Morgan. Ela é, aliás, uma espécie de alívio cômico da produção, já que ensina Dexter a cometer crimes perfeitamente, sem saber direito o que está provocando na mente do rapaz.

Sarah conta que é fã de verdade da série original – e isso já foi o bastante para ela aceitar o projeto de Pecado Original e entrar nessa nova história. “Sou um grande fã de Dexter. Assisti à série original religiosamente, e a oportunidade de entrar nesse mundo foi muito empolgante”, explica ela. “Hoje em dia, é difícil assistir a uma série, é complicado. Então, quando você se envolve com algo que tem essa paixão e emoção, é empolgante.”

Já Dempsey explica que hoje, com a carreira consolidada, busca o personagem ideal – aquele que realmente o empolgue já na leitura de roteiro. “É o personagem”, diz ele, quando questionado do motivo que o fez escolher fazer a série. “Este foi um personagem muito interessante, que me deixou muito empolgado. E também as pessoas com quem você trabalha. E é isso que você procura. Na sua carreira, você quer esses grandes momentos. Você quer ter um ambiente de trabalho ótimo com um bom grupo de pessoas.”

Sarah Michelle, em um primeiro momento, faz uma brincadeira que consegue deixar Patrick Dempsey até desconcertado. “Estou só procurando qualquer coisa que o Patrick Dempsey estiver fazendo”, diz ela, aos risos. Mas vai além e vê algo de profundo em Pecado Original. “A maioria de histórias de anti-heróis realmente funciona. É o caso do Batman e caras como Coringa e Arlequina. Eles são anti-heróis”, diz. “Mas também acho que, à medida que o mundo fica mais difícil… Eu já pensei em retribuição muitas vezes. E acho que isso toca aquele lado sombrio da humanidade. O que você faria se pudesse corrigir as coisas?”

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