Diante de dívida de R$ 11,9 milhões, Locar decide paralisar suas atividades

05/01/2017 08:50

A Locar Saneamento Ambiental informou ontem, por meio de nota, que está paralisando os serviços de limpeza urbana e saneamento básico em Petrópolis. O motivo, segundo a empresa, é uma dívida de mais de R$ 11,9 milhões que a prefeitura prorrogou e acabou não quitando. 

A diretoria da empresa diz que a situação ficou insustentável e uma parte do valor do débito precisa ser paga de imediato para que os serviços voltem a funcionar, suprindo as necessidades imediatas como folha de pagamento, despesas de manutenção, combustível e também com fornecedores. 

Com a paralisação, as pilhas de lixo que já estavam grandes em vários bairros da cidade, conforme a Tribuna informou na edição de ontem, estão ficando cada vez maiores. E os moradores não têm mais o que fazer. “Eu antes separava plástico, vidro e outros recicláveis dos residuais de casa, como casca de legumes, restos de comida, etc. Mas eles não estão fazendo reciclagem e muito menos coletando o lixo. Estou armazenando dentro de casa as quantidades que comportamos aqui para que não aumente essa pilha. Só que é um risco, porque já está começando a dar ratos, baratas, e o cheiro está ficando horrível. Precisam tomar uma providência urgente. É uma questão seriíssima de saúde pública. Precisam ser maduros para resolver isso”, disse Leila Miguez, que mora na Mosela. 

A Locar disse na nota que está à disposição da prefeitura para negociações e para retomar o serviço tão logo a situação financeira seja minimizada. A empresa agradece a população e diz que cumpre com as obrigações legais e técnicas sempre com zelo e qualidade, o que chama de “padrões característicos” da firma. 


Nota oficial da prefeitura:

“Diante da paralisação do serviço de limpeza urbana pela empresa contratada pelo governo Rubens Bomtempo e que reclama débito de mais de R$ 11 milhões acumulados desde agosto de 2015, a prefeitura está fazendo contratação emergencial de nova operadora do serviço.

 Petrópolis está sob estado de calamidade financeira decretado pelo prefeito Bernardo Rossi – seu primeiro ato como chefe do Executivo em função do completo caos financeiro e administrativo deixando pela gestão anterior. A força do decreto já impõe que a empresa, como demais contratados pelo poder público, não pode interromper serviços básicos.

 A empresa concessionária cobra uma dívida de R$ R$ 11.985.159,68 pelos serviços prestados e não quitados pela antiga administração. A empresa alega que passou 17 meses operando sem recursos e que o sistema não pode ser mais mantido.

 A equipe de transição do prefeito Bernardo Rossi alertou e cobrou por diversas vezes uma solução para o caso, mas não obteve sucesso durante o período que permaneceu em contato com representantes do governo passado. Ao invés disso, escolheram o caminho de abandonar a cidade à própria sorte e gerar o maior número de dificuldades para a administração que tomou posse no primeiro dia deste ano.

 Diante dos fatos mencionados, a Prefeitura de Petrópolis tomou medidas contingenciais para solucionar todos os problemas decorrentes da falta de sensatez e senso de responsabilidade pública deixados pelo governo passado.

 Todos os funcionários desligados serão contratados, uma solicitação do prefeito Bernardo Rossi e que deverá ser atendida de forma impreterível. A Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep) ainda promove um mutirão de limpeza no município, para viabilizar a coleta do lixo doméstico de forma provisória.

 Vale ressaltar que toda essa situação é consequência de ações insensatas promovidas pela gestão passada, que não levaram em consideração a questão da saúde pública e penalizaram de forma cruel aqueles que mais precisam dos serviços promovidos pelo poder público, a população petropolitana.”

 


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