“Dimenor”

A grande vantagem de um jovem ser menor de idade no Brasil, é que ele poderá roubar e matar sempre que desejar, já que nossa legislação irá protegê-lo de ser sentenciado e preso. O máximo que poderá lhe acontecer é que seja ele recolhido a uma instituição criada para punir o menor infrator, onde terá casa, comida e roupa lavada e receberá um curso intensivo das diversas modalidades de crime. E assim, tendo bom comportamento e diplomado nas mais diversas contravenções, ele será devolvido à sociedade, logo que completar maior idade, estando apto a praticar novos crimes. 

O jornal Tribuna de Petrópolis publicou, dia desses, em sua manchete principal o seguinte texto: “Meninos presos por roubo de carros e tráfico de drogas”. Eu já não diria “preso”, e sim, detido. A proliferação do crime infanto-juvenil acontece em face, não só da fragilidade da lei e das punições, como também da falta de maior amparo da sociedade, principalmente aos menores oriundos de família de baixa renda. Isso, no entanto, não quer dizer que certos “filhinhos de papai”, não cometam crimes. Porém, ao invés de lembrarmos do ditado que diz: “a ocasião faz o ladrão”, substituímos a palavra “ocasião”, por outra: “necessidade”. É evidente que a necessidade favorece o crime, isso se tal necessidade vier amparada pela falta de estrutura de famílias bem constituídas, onde o bom exemplo de caráter e honestidade esteja presente. Porém, diante da latente corrupção de parte de nossos políticos onde, ao invés de punição, as vantagens prevalecem, o jovem desestruturado, costuma seguir o mau exemplo. Completando a tal manchete acima citada, o jornal, chamando a matéria completa para outra página, publicou: ”A participação de menores, cada vez mais jovens, em crimes está crescendo em Petrópolis. No fim de semana, um menino de 12 anos foi preso, ao roubar um carro no Alto da Serra (DOZE ANOS!) Quatro menores foram presos por tráfico de cocaína. Um deles, de 15 anos, tinha grande quantidade de drogas. Também houve prisão de jovens na Serrinha”. É fácil de explicar a incidência de menores no crime, além da tal “necessidade”, da qual já falamos, e a falta de punição rigorosa. Ele, o menor, é induzido ao crime por um adulto traficante, que lhe oferece vantagens e até certa proteção, já que ele, além de ser traficante, é corruptor de policiais que se deixam corromper. Em qualquer situação da sociedade constituída, sempre que houver um “círculo vicioso”, a tendência, infelizmente, é que o mal prolifere, ao invés de ser extirpado. Entretanto, cabe a nós, que temos espaço nos meios de comunicação, de denunciar e gritar, a plenos pulmões, na tênue esperança de ver modificado esse triste quadro de nossa sociedade.