Direito à beleza

04/05/2018 08:14

Participando de todas as modulações a cada encarnação, podemos verificar o quanto divergem as almas em qualidades, fisionomias e caracteres de personalidade, ultrapassando níveis e limites, que poderiam ser traçados pelos homens.

E, assim, um dos fatores que mais demonstram o necessário manuseio das almas na vivência em matéria densa é a beleza: a beleza física, em seus diversos percentuais.

Dura prova, difíceis escolhas e momentos, terrível ultimato a testar as criaturas. Enfim, uma das grandes provas a ser vivenciada por aqueles ou aquelas que detêm o fator harmônico das formas, a lhes servir como teste, a que possam ultrapassar estas exteriorizações, aprendendo a valorizar mais a beleza interior, pois, em algum instante de vida, a exploração ou o abuso deste predicado pode ter invadido terrenos alheios, desrespeitando outras tantas formas ou exigindo regalias, por se terem em alto grau de fartura do belo.

Devemos respeitar o belo sob todas as formas, e como este conceito de beleza que invade a Terra, atualmente, se desvirtua, quando o exterior é cultivado como dádiva do Pai, quando na verdade o Criador deseja ver-nos envolvidos numa beleza integral em corpo e Espírito, a alicerçarmos, a cada dia, os conceitos universais de pura beleza e percebermos que estas tantas nuances de beleza estão profundamente ligadas a maiores exercícios íntimos de cada alma.

A beleza se constitui em harmonia de formas e estruturas, porém, é tarefa a ser distribuída às almas que precisam trazer-se sob valores mais intensos, buscando a beleza maior que precisará exteriorizar-se: a beleza do Espírito. Esta beleza irá dilatar-se muito mais, como, também, atingirá outros irmãos de convivência, pela simples produção íntima de vibrações geradas por sentimentos e tendências de paz, amor e bondade.

O fator de embelezamento precisa ser visto como uma oportunidade de crescimento e aprendizado, como alerta a que as criaturas não se atenham a valorizarem-se apenas por estarem envolvidas em uma constituição quase perfeita ou perfeita, de acordo com os padrões de beleza do momento e, sim, que se distenderá a todos que as circundam, ao ser extravazada por meio de palavras, atitudes e pensamentos.

Deus nos dá a liberdade de escolha a cada vida, a cada representação cármica, porém, ao nos colocarmos nos cumes da beleza, do poder ou da abundância, estará cobrando, também, de nós, o tanto que nos concede. Assim, irmãos, teremos todos os direitos a todas as plenitudes e abundâncias, desde que saibamos usá-las e respeitá-las.

A liberdade só nos será concedida à proporção que o respeito às leis divinas se der, à medida que soubermos cumprir os deveres para com o nosso próximo, à proporção que usarmos de liberdades com as devidas responsabilidades.

O crescimento das formas e conteúdos precisará ser efetuado, respeitando cada milímetro da criação, uma vez que nada se repercutirá em nós, se não houver o conhecimento das formas que regem o Universo, para que a liberdade se autentique, equilibrada e harmonicamente, pois toda beleza deverá vir de dentro para fora, numa grande produção íntima das naturezas.

O equilíbrio interior se fará representar pela expressão do olhar, da fisionomia e das formas, como, também, pela movimentação de toda a estrutura dos seres em suas atitudes e condições de vida. Assim, veremos se a criatura detém, realmente, a beleza tão necessária a também compor o quadro que se distende aos nossos olhos, desta abrangente beleza do Universo.

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