Diretor de ‘Logan’, James Mangold critica filmes sobre multiverso: ‘Morte da história’

25/jul 13:28
Por Mariana Canhisares / Estadão

Enquanto a Marvel dobra a aposta na sua Saga do Multiverso com o lançamento de Deadpool & Wolverine, o diretor James Mangold, responsável pelo elogiado Logan, não poderia ser mais avesso à ideia. Para o cineasta, uma narrativa pautada pelo multiverso, na verdade, representa “a morte da história”. “É mais interessante para as pessoas como peças de Lego se juntam do que a história que está na nossa frente”.

“É estranho que eu tenha trabalhado no mundo de franquias de entretenimento, porque eu não gosto de construir universos com múltiplos filmes”, afirmou, em entrevista à Rolling Stone. “Acho que [o multiverso] é o inimigo da narrativa. É a morte da história”.

De fato, essa opinião pode soar estranha, considerando como Mangold está habituado a trabalhar com, digamos, universos cinematográficos. Além de Logan, que teoricamente marcou a despedida de Hugh Jackman como Wolverine, ele comandou recentemente Indiana Jones e o Chamado do Destino e já está atrelado a um projeto no universo de Star Wars. No entanto, seu envolvimento com essas produções teriam outra motivação, segundo o cineasta.

“Para mim, o objetivo sempre é ‘o que esse filme e esses personagens têm de único?'”, explicou. “Não é sobre fazer você pensar sobre outro filme, alguns easter eggs ou outra coisa, que são atos intelectuais e não emocionais. Você quer que o filme funcione em um nível emocional”.

Por isso, quem tinha a expectativa de talvez ver o ator Joaquin Phoenix reprisando o papel de Johnny Cash em A Complete Unknown, a cinebiografia de Bob Dylan que Mangold lança em dezembro, não vai ficar feliz com a notícia de que o diretor preferiu um rosto mais novo para o papel – mais especificamente, o ator Boyd Holbrook.

“Amo o Joaquin, mas ele não tem 30 anos ou sei lá que idade o Johnny tinha nessa época. Eles eram jovens nesse momento”, disse.

Com Timothée Chalamet no papel de Dylan, A Complete Unknown focará na ascensão do músico e na sua transição do violão para a guitarra elétrica, em meados dos anos 1960.

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