Dívida Pública Federal sobe 0,65% em março, para R$ 6,638 trilhões, diz Tesouro

30/abr 15:03
Por Giordanna Neves e Amanda Pupo / Estadão

O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) subiu 0,65% em março e fechou o mês em R$ R$ 6,638 trilhões. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 30, pelo Tesouro Nacional. Em fevereiro, o estoque estava em R$ 6,595 trilhões.

A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 56,94 bilhões no mês passado, enquanto houve um resgate líquido de R$ 13,37 bilhões.

A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 0,67% em março e fechou o mês em R$ R$ 6,361 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 0,21% maior no mês, somando R$ R$ 276,73 bilhões ao fim de março.

Parcela de títulos

Com o ciclo de queda da taxa básica de juros, atualmente em 10,75% ao ano, a parcela de títulos da Dívida Pública Federal (DPF) atrelados à Selic caiu em março, para 41,77%. Em fevereiro, estava em 42,64%. Já os papéis prefixados ampliaram a fatia de 23,14% para 23,86%.

Os títulos remunerados pela inflação avançaram para 29,95% do estoque da DPF em março, ante 29,77% em fevereiro. Os papéis cambiais oscilaram a participação na DPF de 4,44% para 4,43% no mês passado.

No Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2024, os papéis remunerados pela Selic devem ter participação de 40% a 44%. Os títulos prefixados podem variar entre 24% e 28%. Para os papéis corrigidos pela inflação, a participação é de 27% a 31% do estoque. Já os títulos atrelados ao câmbio devem ficar entre 3% e 7%.

O Tesouro informou ainda que parcela da DPF a vencer em 12 meses apresentou baixa, passando de 18,98% em fevereiro para 18,92% em março. O prazo médio da dívida teve avanço de 4,07 anos para 4,11 anos na mesma comparação. Já o custo médio acumulado em 12 meses da DPF caiu de 10,56% ao ano para 10,40% a.a. no mês passado.

Participação de estrangeiros

A participação dos investidores estrangeiros no total da Dívida Pública subiu em março. De acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional, a parcela dos investidores não residentes no Brasil no estoque da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) passou de 9,80% em fevereiro para 10,15% no mês passado.

No fim de 2023, a fatia estava em 9,48%. O estoque de papéis nas mãos dos estrangeiros somou R$ 645,99 bilhões em março, ante R$ 619,03 bilhões em fevereiro.

A maior participação no estoque da DPMFi continuou com as instituições financeiras, com 29,29% em março, ante 28,82% em fevereiro. A parcela dos fundos de investimentos passou de 23,30% para 22,87% em março. Na sequência, o grupo Previdência passou de uma participação de 23,36% para 23,29% de um mês para o outro. Já as seguradoras passaram de 4,32% para 3,93% na mesma comparação.

‘Colchão da dívida’

O Tesouro Nacional encerrou março com R$ 887,41 bilhões no chamado “colchão da dívida”, a reserva de liquidez feita para honrar compromissos com investidores que compram os títulos brasileiros. O valor observado é 0,26% maior em termos nominais que os R$ 885,10 bilhões que estavam na reserva em fevereiro. O montante ainda é 8,85% menor, em termos nominais, que o observado em março de 2023 (R$ 973,56 bilhões).

O valor serve de termômetro para saber se o País tem recursos para pagar seus investidores ou precisará recorrer rapidamente ao mercado para reforçar o caixa. O montante de março era suficiente para cobrir 6,95 meses de pagamentos de títulos, ante 6,52 meses em fevereiro. O Tesouro trabalha com um mínimo prudencial equivalente a uma reserva para três meses de vencimentos.

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