Dívida Pública Federal sobe 0,99% e fecha abril em R$ 6,704 trilhões

29/maio 13:55
Por Fernanda Trisotto e Giordanna Neves / Estadão

O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) subiu 0,99% em abril e fechou o mês em R$ 6,704 trilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 29, pelo Tesouro Nacional. Em março, o estoque estava em R$ 6,638 trilhões.

A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 62,10 bilhões no mês passado, enquanto houve uma emissão líquida de R$ 3,47 bilhões.

A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) teve alta de 0,97% em abril e fechou o mês em R$ R$ 6,423 trilhões.

Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 1,37% maior no mês, somando R$ 280,51 bilhões ao fim de abril.

Participação de estrangeiros

A participação dos investidores estrangeiros no total da Dívida Pública caiu em abril. De acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional, a parcela dos investidores não residentes no Brasil no estoque da DPMFi passou de 10,15% em março para 9,80% no mês passado. O estoque de papéis nas mãos dos estrangeiros somou R$ 629,54 bilhões em abril. No fim de 2023, a fatia estava em 9,48%.

A maior participação no estoque da DPMFi continuou com as instituições financeiras, com 29,23% em abril, ante 29,29% em março. A parcela dos fundos de investimentos passou de 22,87% para 22,98% em abril.

Na sequência, o grupo Previdência passou de uma participação de 23,29% para 23,51% de um mês para o outro. Já as seguradoras passaram de 3,93% para 3,98% na mesma comparação.

Em razão da mobilização dos servidores, a série histórica atualizada e o sumário executivo relativo a abril serão publicados na próxima semana.

Parcela atrelada à Selic

Com o ciclo de queda da taxa básica de juros, atualmente em 10,50% ao ano, a parcela de títulos da DPF atrelada à Selic subiu em abril, para 43,11%. Em março, estava em 41,77%. Já os papéis prefixados reduziram a fatia de 23,86% para 22,68%.

Os títulos remunerados pela inflação avançaram para 30,04% do estoque da DPF em abril, ante 29,95% em março. Os papéis cambiais oscilaram a participação na DPF de 4,43% para 4,16% no mês passado.

No Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2024, os papéis remunerados pela Selic devem ter participação de 40% a 44%. Os títulos prefixados podem variar entre 24% e 28%. Para os papéis corrigidos pela inflação, a participação é de 27% a 31% do estoque. Já os títulos atrelados ao câmbio devem ficar entre 3% e 7%.

O Tesouro informou ainda que parcela da DPF a vencer em 12 meses apresentou alta, passando de 18,92% em março para 19,07% em abril. O prazo médio da dívida teve avanço de 4,11 anos para 4,13 anos na mesma comparação. Já o custo médio acumulado em 12 meses da DPF subiu de 10,40% ao ano para 10,63% a.a. no mês passado.

‘Colchão da dívida’

O Tesouro Nacional encerrou abril com R$ 884,52 bilhões no chamado “colchão da dívida”, a reserva de liquidez feita para honrar compromissos com investidores que compram os títulos brasileiros. O valor observado é 0,33% menor em termos nominais que os R$ 887,41 bilhões que estavam na reserva em março. O montante ainda é 16,03% menor, em termos nominais, que o observado em abril de 2023 (R$ 1,053 trilhão).

O valor serve de termômetro para saber se o País tem recursos para pagar seus investidores ou precisará recorrer rapidamente ao mercado para reforçar o caixa. O montante de abril era suficiente para cobrir 8,35 meses de pagamentos de títulos, ante 6,95 meses em março.

O Tesouro trabalha com um mínimo prudencial equivalente a uma reserva para três meses de vencimentos.

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