Doenças ligadas aos hábitos alimentares crescem no país
Estudos indicam que doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e obesidade, têm aumentado entre os brasileiros. Pior: elas aparecem cada vez mais cedo, resultado do estilo de vida que a população leva, em que a alimentação representa um dos principais pilares. Com base nisso, é importante entender o que pode ser feito para melhorar o atual cenário.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016, 58% dos latinos estavam com sobrepeso, sendo que 56% relataram estar tentando perder peso. Porém, essa é uma questão levantada há anos e nota-se que uma grande parte da população ainda não sabe por qual caminho seguir para conquistar o peso ideal e, mais do que isso, uma qualidade de vida melhor.
“Um dos principais fatores que justificam essa falta de conhecimento é a ideia de que é necessário se privar de determinados alimentos considerados ‘vilões’. Ou seja, muitas pessoas acham que precisam sofrer e abrir mão de alguns prazeres para melhorar sua saúde, o que acaba causando o efeito contrário”, conta Daniel Magnoni, cardiologista e nutrólogo do Instituto Dante Pazzanese. “A recomendação de aumentar o consumo de vegetais e frutas e evitar o excesso de sal, carboidratos em geral e açúcar não quer dizer que esses alimentos devam ser extintos. A ideia é não excluir nada, e sim criar um paladar atento às sutilezas de sabor e aumentar a diversidade alimentar”, explica a nutricionista Marcia Daskal, membro do comitê multidisciplinar da Campanha Doce Equilíbrio.
Marcia ainda reforça que “retornar à alimentação tradicional do brasileiro, de acordo com as diferentes regiões do País (arroz com feijão, mandioca, farinha, peixe e etc.) pode ser uma boa opção para iniciar uma mudança de hábitos”. Um estudo divulgado em julho de 2017, pela BMC Public Health, demonstra inclusive que esse tipo de alimentação tem efeito protetor contra o ganho de peso em indivíduos não fisicamente ativos.
De acordo com outros dados apresentados recentemente por uma pesquisa realizada pela empresa Nielsen, os consumidores querem cada vez mais transparência e alternativas para melhores decisões sobre o que comer, fatores que se resumem a uma necessidade de maior educação neste sentido. Adicionalmente, o levantamento mostra que subsidiar alimentos mais saudáveis pode ser uma melhor alternativa para aumentar o acesso à variedade de ingredientes.