Dólar cai com China e commodities, após ajuste de alta na abertura

09/dez 10:00
Por Silvana Rocha / Estadão

O dólar opera em baixa na manhã desta segunda-feira, 9,, após subir nos primeiros negócios. Investidores ajustam posições diante da queda externa do dólar ante pares principais e divisas emergentes. Os novos estímulos fiscais e monetários prometidos pela China para 2025 e a alta firme do petróleo e metais básicos, como minério de ferro, induzem o apetite por moedas consideradas mais arriscadas.

No radar está a decisão do Copom, na quarta-feira, 11, além do IPCA de novembro, na terça, 10, em meio a expectativas de inflação desancoradas e dólar acima de R$ 6. Entre os economistas, a mediana das expectativas é de aumento de 0,75 ponto porcentual (pp) da Selic, enquanto a curva do DI indica possibilidade de 1 pp.

A tramitação do pacote fiscal na Câmara segue no foco e possíveis mudanças em pontos como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) devem incomodar investidores. A cúpula do PT avisou o governo Lula que será preciso rever o corte do BPC se a equipe econômica quiser aprovar o pacote fiscal no Congresso. Os ministérios da Fazenda, da Casa Civil e do Desenvolvimento Social vão conversar ainda nesta segunda-feira com a Executiva da bancada do PT na Câmara para discutir o que fazer.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que não dá para deixar o problema atrapalhar a tramitação do pacote fiscal no Congresso e “é claro que nós vamos reformular a questão do BPC”, garantiu.

No boletim Focus, a mediana suavizada do IPCA 12 meses à frente disparou de 4,41% para 4,64%. A mediana para IPCA 2024 subiu de 4,71% para 4,84%, e para 2025, de 4,40% para 4,59%, ambas acima do teto da meta. Para 2026, a mediana subiu de 3,81% para 4,00%, e para 2027, de 3,50% para 3,58%.

As projeções para Selic nos próximos três anos também subiram, com Selic para 2024 indo de 11,75% para 12,00%; para 2025, de 12,63% para 13,50%; para 2026, de 10,50% para 11%; para 2027, de 9,50% para 10%.

As estimativas para o dólar no fim de 2024 subiram de R$ 5,70 para R$ 5,95%; para 2025, de R$ 5,60 para R$ 5,77%; para 2026, de R$ 5,60 para R$ 5,73; para 2027, de R$ 5,50 para R$ 5,73.

No exterior, as principais moedas emergentes pares do real sobem ante o dólar após o anúncio de políticas fiscais proativas na China e uma política monetária “moderadamente frouxa”, a primeira mudança desde 2011. Os rendimentos dos Treasuries têm alta moderada em meio às apostas de corte de 25 pontos-base nos juros dos Estados Unidos na semana que vem e à espera dos dados de inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) dos EUA, na quarta e quinta-feira, respectivamente.

O índice VIX, conhecido como “termômetro do medo” em Wall Street, saltou 6% na manhã desta segunda, após ter recuado aos menores níveis desde julho na última sexta-feira, 6. O colapso do regime de Bashar al-Assad, na Síria, mantém elevadas as incertezas geopolíticas, em cenário que impede uma reação mais firme a sinalizações de apoio econômico na China.

Às 9h39, o dólar à vista caía 0,36%, a R$ 6,0478. O dólar futuro de janeiro indicava queda de 0,67%, a R$ 6,0620.

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