Dólar sobe em linha com exterior em meio à ata e antes de Galípolo e arrecadação

25/jun 09:41
Por Silvana Rocha / Estadão

O dólar opera em alta, após duas quedas seguidas, acompanhando a valorização externa da divisa americana em meio à leitura da ata do Copom, que manteve a taxa Selic em 10,50%, por unanimidade, na semana passada. Investidores estão analisando o documento do Banco Central antes do webinar com o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo (previsto para às 10 horas).

Na ata, o comitê reforçou que eventuais ajustes futuros na Selic serão ditados pelo “firme compromisso de convergência da inflação à meta” e houve aumento da estimativa de juro real neutro, de 4,5% para 4,75%. O Copom afirma que a manutenção da taxa Selic em 10,5% é compatível com a sua estratégia para fazer a inflação convergir a um nível “ao redor” da meta no horizonte relevante, que inclui o ano de 2025.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a ata do Copom como “muito aderente” ao comunicado. Para Haddad, o documento transmite a ideia de que a autoridade monetária promove uma “interrupção” do ciclo de cortes para que possa avaliar os cenários externo e interno e tomar decisões a partir de novos dados, o que, na avaliação do ministro, é uma indicação importante de se “frisar”.

Por sua vez, o Índice de Confiança da Construção (ICST) ficou estável em 96,4 pontos em junho. Em médias móveis trimestrais, porém, houve recuo de 0,1 ponto.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,40% na terceira quadrissemana de junho, acelerando levemente ante o ganho de 0,38% observado na segunda quadrissemana, segundo dados publicados hoje pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

O coordenador do IPC-Fipe, Guilherme Moreira, ajustou sua projeção para a variação do índice no encerramento de junho, de 0,38% para 0,34%. A mudança, afirma, reflete um movimento de descompressão na variação de alguns alimentos in natura e de itens como leite e batata que estavam pressionados principalmente por conta das condições climáticas adversas entre maio e o início de junho.

No exterior, os juros dos Treasuries operam em baixa, pela terceira sessão seguida, mas o dólar amplia ganhos frente outras moedas principais e a maioria das divisas emergentes e ligadas a commodities, em dia de minério de ferro estável e queda do petróleo. Há pouco, o Fed de Chicago informou que o índice de atividade nacional subiu a 0,18 em maio.

Investidores precificam no câmbio a fala da diretora do Federal Reserve, Michele Bowman, de que não vê nenhum corte de juros em 2024, mas ponderou que as próximas decisões dependerão de cenários. Conforme a dirigente, essa postura permite a análise de dados e pode abrir espaço para cortes de juros, caso ocorra progresso na inflação ou uma deterioração do emprego nos EUA. No radar estão ainda a leitura de junho do índice de confiança do consumidor dos Estados Unidos (11h), e discursos das diretoras do Fed Lisa Cook (13h) e novamente de Michele Bowman (15h10).

Às 9h34, o dólar à vista subia 0,39%, a R$ 5,4108. O dólar para julho ganhava 0,27%, a R$ 5,4110. O índice DXY da moeda americana frente outros pares principais apontava ganho de 0,15%, a 105,63 pontos. O juro da T-Note 10 anos caía a 4,224%, ante 4,241% no fim da tarde de ontem.

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