Dólar sobe pelo 4º dia alinhado a DXY com dados dos EUA no foco em véspera de Ptax

29/ago 09:51
Por Silvana Rocha / Estadão

O dólar segue em alta pelo quarto dia seguido no mercado à vista, alinhado à valorização da divisa americana frente a pares principais (DXY) no exterior. A moeda vem tendo recuperação, após as perdas acentuadas na última sexta-feira pela consolidação de expectativas de corte de juros nos EUA em setembro. Dados americanos também contribuem para a alta do dólar.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu ao ritmo anualizado de 3,0% no segundo trimestre de 2024, de acordo com a segunda leitura do dado, divulgada nesta quinta-feira, 29, pelo Departamento de Comércio do país. O resultado supera leitura anterior e a expectativa de analistas ouvidos pela FactSet, de alta de 2,8% em ritmo anualizado em ambos os casos. A segunda leitura ainda sinaliza forte aceleração da economia americana em relação ao primeiro trimestre, quando o PIB dos EUA mostrou expansão anualizada de 1,4%.

Já os pedidos de auxílio-desemprego americano caíram 2 mil na semana, a 231 mil, pouco abaixo da previsão (232 mil solicitações).

Na agenda local, o IGP-M desacelerou mais que o esperado no mercado. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) desacelerou a 0,29% em agosto, após alta de 0,61% em julho, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com esse resultado, o índice acumula alta de 4,26% nos últimos 12 meses. O resultado do IGP-M nesta leitura veio abaixo do piso das estimativas da pesquisa do Projeções Broadcast, de 0,30%. A mediana indicava desaceleração do índice a 0,45%. O teto do levantamento era de 0,62%.

Mais cedo, o Banco Central informou que as concessões dos bancos no crédito livre cresceram 3,4% em julho, na comparação com junho, para R$ 550,2 bilhões, informou o Banco Central. No acumulado de 12 meses, o crescimento foi de 11,2%. Os dados não incorporam ajustes sazonais.

No crédito para pessoas físicas, as concessões subiram 10,2%, para R$ 304,4 bilhões e acumulam um crescimento de 12,5% em 12 meses. Concessões para empresas recuaram 3,9% na margem, para R$ 245,8 bilhões, e avançaram 9,7% em 12 meses.

Operadores locais aguardam a definição da data da sabatina de Gabriel Galípolo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, com votação em plenário na sequência, o que pode ocorrer ainda na primeira quinzena de setembro, com grande chance de ser aprovado. Além de já ter sido sabatinado pelos senadores por ocasião da sua indicação à diretoria de Política monetária, que foi aprovada, Galípolo vem se posicionando na direção de manter a inflação dentro da meta, indicando comprometimento com uma postura técnica no posto, apesar de desconfianças sobre possível ingerência do governo nas decisões futuras do BC.

Lá fora, o euro acelerou queda levemente ante o dólar, após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) da Alemanha, que subiu 1,9% na comparação anual de agosto, conforme estimativa preliminar.

Às 9h36 desta quinta, o dólar à vista subia 0,36%, a R$ 5,5753. O dólar para setembro ganhava 0,19%, a R$ 5,5755.

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