Dólar sobe por cautela fiscal e incertezas no exterior

04/dez 09:59
Por Silvana Rocha / Estadão

O dólar sobe, após hesitar nos primeiros negócios desta quarta-feira, 4. O mercado de câmbio continua operando sob cautela fiscal. Os avanços dos rendimentos dos Treasuries e do dólar ante pares rivais e algumas emergentes contribuem. Mais cedo, houve ligeira baixa da divisa americana, diante da queda da produção industrial brasileira em outubro, de 0,2% ante estimativa de alta de 0,1%.

O fôlego curto reflete um compasso de espera pelo início da tramitação do pacote fiscal na Câmara nesta quarta-feira. Altas leves de petróleo e minério de ferro podem ter ajudado à tímida recuperação do real em alguns momentos mais cedo.

Em relação ao pacote fiscal, o presidente da Câmara, Arthur Lira, pautou requerimentos de urgência para acelerar dois projetos do plano fiscal. Contudo, ainda está pendente a negociação entre governo e cúpula militar sobre a previdência. As urgências enfrentam resistência na Câmara. Nos bastidores, líderes de bancadas indicam insatisfação com as novas exigências do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a execução das emendas parlamentares.

Na terça, 3, o dólar à vista encerrou a R$ 6,0584, com baixa de 0,16% – após bater recordes históricos nas quatro sessões anteriores -, reagindo à sinalização de Lira sobre agilizar o pacote fiscal.

Em relação à reforma tributária, o senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator do projeto de regulamentação, disse na terça que o esforço será por apresentar o relatório na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta quarta-feira.

A reprovação do presidente Lula subiu de 64% para 90% no mercado financeiro, aponta pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quart. A sondagem apontou ainda que a avaliação positiva do mercado em relação ao trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, caiu para 41%, frente aos 50% do levantamento anterior.

No exterior, o dólar sobe ante pares principais e os juros dos Treasuries avançam. Os investidores observam os desdobramentos da crise política na França e Coreia do Sul, enquanto aguardam indicadores, como o relatório ADP de emprego no setor privado (10h15), e comentários do presidente do Fed, Jerome Powell (15h45).

Os parlamentares franceses votam nesta quarta o destino do primeiro-ministro do país, Michel Barnier. O euro recua após as leituras finais de índices de gerentes de compras (PMI) compostos da zona do euro e Alemanha confirmarem contração da atividade em novembro. Já a libra reduziu queda ante o dólar, com a leitura final do PMI de serviços do Reino Unido um pouco melhor que a prévia em novembro.

Os contratos futuros de petróleo sobem levemente, após informações do NYT de que a Arábia Saudita pretende prorrogar os cortes na produção da commodity. O minério de ferro fechou em alta de 0,43% na bolsa chinesa de Dalian.

Às 9h53, o dólar à vista subia 0,10%, a R$ 6,0645. O dólar para janeiro ganhava 0,32%, a R$ 6,0810.

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