Dona Alice do Sesc

19/04/2018 13:15

Ao mencionar o nome de Alice Carvalho Vieira talvez alguns não se recordem de imediato, mas se eu usar o heterônimo “Dona Alice do Sesc” os poetas, jornalistas, comerciários, comerciantes, artistas e, por extensão o povo petropolitano dela se recordará com ternura e saudades.  Por oportuno estendo aos filhos Maria Alice, Maria Ângela, Álvaro e Regina, às famílias Vieira e Carvalho esta homenagem. Dona Alice no dia 02-01- 2013 teve seu retorno ao regaço celestial. Receba nossa gratidão. Viva Alice Carvalho de Souza Vieira! Chegava ao trabalho antes do sol despontar e poucas vezes o viu declinar. Elegeu-me como se filho fosse mercê de sua generosidade. 

Caminhava e contemplava as flores e o trinar das andorinhas. Multiplicava- se também na dona-de-casa. O tempo era escasso, mas cuidava da família com maestria. Visitava a sala de aulas, à recreação e às demais dependências e se extasiava ante o sorriso das crianças ou, da janela, vislumbrava os belos e bem cuidados jardins… O Sesc foi para Alice símbolo de vida, doação, integração. Admitida na Organização em 6-1-55, época em que eram acanhadas as instalações da antiga Av. 15 de Novembro. Lutou sem cessar, até conseguir o suntuoso prédio da Rua Alfredo Pachá. Não só era como é, até hoje aconchegante. Suas dependências passaram a oferecer maior conforto aos comerciários e aos familiares dos mesmos, aos comerciantes e a todos nós amigos afetivos e efetivos da casa não somente social, mas cultural. Alice, no seu tempo fez do SESC uma das mais atuantes unidades operacionais que o Serviço Social do Comércio imprimiu e até hoje mantém no Estado do Rio de Janeiro. 

Foi pioneira no fornecimento de merenda aos comerciários e sua simpatia, inteligência, espírito criativo, a fez amada da comunidade da Imperial Cidade. Em sua gestão, o SESC foi modelar, pois, coordenou com proficiência e invulgar sabedoria o “Centro de Atividades João Daudt Oliveira” justamente em honra a esse ilustre fundador dos SESC e também do SENAC imortalizando-o pela classe para a qual ele tanto pelejou. Casada com o Sr. Juquinha, a quem ousávamos chamar de “Tio”. Era mãe modelar. Graças à Senhora, muitos poetas consagraram-se e tomou assento em  diversas cátedras literárias locais e  internacionais, outros desfrutam do escrínio da literatura, tudo isso porque  em fins dos anos sessenta e durante todo o decorrer dos anos setenta, sua visão,  talento, acuidade e percuciência souberam vislumbrar o quilate de nossos poetas organizando saraus, tertúlias, jogos florais, cursos e concursos literários projetando e preservando valores  que alçaram vôos ao mundo das letras e das artes.  

Por Vossa especial  mercê e bondade, diversas vezes, me fez coordenar e apresentar tais certames viu em mim valores que eu desconhecia, incentivo esse que  serviu de pilar a continuar nas sendas literárias já brotadas no íntimo do jovem de ontem. As vitoriosas e prestigiadas exposições de artes plásticas que realizei e minha primeira noite de autógrafos do Livro Silepses, foram no Sesc! E elas mereceram o prestígio da alta roda local, circunstante, intelectual e veiculação por toda a imprensa, inclusive  nacional, sem contar em TV, tais como no Programa Edna Savaget, Tupy, Bandeirantes, Globinho e etc.  Dona Alice a Senhora tem lugar cativo em meu coração e orações.  Os poetas e artistas em geral, muito lhe devem. Fez da vida um eterno serviço e conjugou sem cessar o verbo amar.


 


 

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